Muitos congressistas, preocupados com a própria reeleição, se opõem aos projetos do Governo, sob a alegação de que o Presidente, como, também, os Governadores, não se está empenhando suficientemente, e, por isso, não querem assumir, sozinhos, o ônus de aprovar medidas impopulares.
Se estiverem sendo sinceros, temos pena deles, porque, ainda que alguns sejam velhas raposas, ainda não foram capazes de entender a conjuntura política brasileira.
Ao contrário do que pensam, as pautas do governo não são impopulares, mas representam o que a maioria dos eleitores deseja.
Com exceção dos parlamentares dos partidos da oposição de esquerda, que já têm seus votos cativos, os demais, entre eles os do Centrão, liderados pelo capcioso Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que votarem contra, como diz a sabedoria popular, estarão dando um tiro no pé, ou melhor, na cabeça, porque, provavelmente, não conseguirão eleger-se.
Se o Presidente mantiver o apoio popular que tem, mais cedo ou mais tarde, esses parlamentares perceberão que somente têm a perder ao se colocarem contra a vontade majoritária dos eleitores, o que levará ao aumento do apoio do governo no Congresso.
Assim, por enquanto, não nos preocupa muito essas dificuldades, artificialmente, geradas por congressistas que votam com a oposição, não por razões ideológicas, mas por uma tentativa frustrada de pressionar o Governo, para conseguir vantagens indevidas ou para preservar privilégios de catego-rias profissionais que lhes são caras, ou mesmo, simplesmente, para tentar agradar os eleitores de esquerda.
Por outro lado, o Presidente Bolsonaro e seu governo vêm sofrendo violentos e contínuos, inescrupulosos e desonestos ataques dos meios de comunicação, por motivação nem um pouco nobre, que não é nosso objetivo abordar agora.
Todos os observadores, mesmo os mais desatentos, perceberão, que, embora, quase sempre, as ações governamentais tenham aspectos positivos e negativos, os grandes jornais e noticiários de televisão, somente divulgam os ruins, por mais relevantes de sejam os bons. E, se nada encontrarem que contraindique uma determinada ação, imediatamente, inventam algo para desmerecê-la, geralmente, mentindo ou distorcendo os fatos.
Tampouco isso nos preocupa muito, pois já o vêm praticando desde muito antes da campanha eleitoral, servindo-se, até, de fraude nas pesquisas,
sem nenhum sucesso, haja vista a expressiva votação obtida por Bolsonaro nos dois turnos das eleições de 2018.
O que verdadeiramente nos inquieta é ver alguns apoiadores habituais demonstrarem certo desencanto com a atuação do Presidente, materializado por frases como as que se seguem: “o Bolsonaro, até agora, não fez nada, não disse a que veio”; “o Bolsonaro se perde com bobagens e esquece o que é importante”; “o Bolsonaro deveria fazer isso, ou não deveria ter feito aquilo”.
Aos poucos, entre os nossos correspondentes que assim pensam, tomamos a liberdade de lhes dizer que :
• Essas “bobagens” são promessas feitas durante a campanha para atender aos anseios dos eleitores e foi, para isso, que ele foi eleito;
• O Presidente está tentando realizar tudo o que prometeu e, ao contrário do que pensam alguns, ele já fez muito. O que é “importante” ele também está tentando fazer e, se mais não fez é porque vem sendo sabotado por políticos, cujas propostas foram derrotadas pelos eleitores e que fracassaram na tentativa de forçar o Presidente a aceitar a velha política do toma lá, dá cá;
• Não é razoável esperar-se que um presidente, qualquer que seja ele, faça tudo o que dele esperamos. Pessoalmente, concordamos com quase todas as medidas adotadas e não haveria de ser por uma ou outra da qual discordemos, que lhe deveríamos tirar o apoio. Em verdade, nem sequer temos a certeza de que, se, por absurdo, viéssemos a ser o Presidente, conseguiríamos fazer tudo que, hoje, imaginamos que faríamos. O Presidente é o Bolsonaro, deixemos que ele governe em paz!
Não obstante, se nada disso bastar, reproduziremos, a seguir, trecho de artigo que escrevemos, muito antes de ser lançada a candidatura do Bolsonaro:
Não vemos mais solução institucional para a crise política brasileira. Caminhamos, inexoravelmente, para uma ditadura de esquerda, se nada for feito, ou para um regime autoritário em oposição a ela, se a sociedade, mais uma vez, reagir e o impedir. Dissemos ditadura de esquerda, porque, sem recursos para comprar o apoio político, só lhes restaria obter uma autorização para governar por decreto durante certo tempo, para se perpetuarem, ditatorialmente, no poder, como o fizeram na Venezuela, e refe-rimo-nos a regime autoritário, porquanto qualquer governo, fruto de rea-ção, que se instalasse, teria de munir-se de poderes extraordinários, para sobreviver às investidas das forças de esquerda.
Com a eleição de Bolsonaro, surgiu uma última esperança de solução institucional. Não podemos desperdiçá-la.