Veterano é um vocábulo, normalmente, utilizado para caracterizar qualquer militar antigo ou reformado.
No site da Embaixada e dos consulados dos USA, no Brasil, podemos encontrar a seguinte mensagem:
“Em 11 de novembro, os americanos relembram e honram os soldados que serviram durante as guerras nas quais o país participou. Grupos de veteranos organizam churrascos, piqueniques e bailes. Cerimônias religiosas e homenagens aos soldados mortos em combate também são realizadas. O importante propósito do Dia dos Veteranos é uma celebração para honrar os veteranos dos EUA por seu patriotismo, amor à pátria e vontade de servir e se sacrificar pelo bem comum”.
Salta aos olhos de todos nós que a tradição histórica brasileira com relação aos nossos veteranos, notadamente aqueles participantes da Força Expedicionária Brasileira que lutaram nos campos de batalha da Europa durante a Segunda Guerra mundial, não tem sido a mesma dispensada pelos demais países participantes daquele conflito aos seus próprios veteranos.
Sem dúvida bastante diferente da dos demais participantes mencionados, infelizmente para nós, foi a forma pela qual o nosso país tratou, na ocasião, os heróis que retornaram vivos daquele conflito mundial; bem como, os familiares daqueles que não retornaram da campanha e cujos restos mortais ficaram sepultados no Cemitério de Pistoia, na Itália, ou foram dados como desaparecidos.
Leis e regulamentos em benefício dos ex combatentes e de seus familiares só foram promulgados cerca de quinze anos após haver o conflito terminado. Enquanto outros países souberam recompensar a dor e o sofrimento de seus soldados, o Brasil desmobilizou os dele ainda mesmo na Itália, deixando-os totalmente desamparados após o retorno àquela pátria ingrata que, com o risco da própria vida, foram defender em solo europeu.
A permanência de uma ditadura Getulista em nosso país, a princípio pró-germânica, certamente, fez com que o governo não desse nenhum apoio aqueles militares que haviam combatido as ditaduras nazifascistas e que retornavam vencedores. A quase totalidade daqueles ex combatentes chegados ao Brasil, após sofrer as agruras do ‘front’ italiano, não concordava com o Estado Novo Getulista; razão pela qual foram desmobilizados ainda na Itália. Getúlio, ditador, temia ser deposto pelos heróis que retornavam da guerra após combater uma ditadura nazifascista.
Em que pese o Marechal Eurico Gaspar Dutra haver sido eleito em janeiro de 1946, como resultado final das eleições de 1945/1946, se constatou que o comando da política nacional e sua base eleitoral, como também a estrutura dos interesses políticos do PSD e do PTB, respectivamente lideranças rurais e proletariado, continuavam firmemente nas mãos de Getúlio Vargas.
Com isto os interesses dos ex combatentes, considerados verdadeiros heróis pela população, foram relegados e esquecidos pelo governo, só sendo retomados após a eleição de Juscelino Kubitschek.
Desde então e até o ano de 2002, quando tomou posse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, surgiram no Brasil inúmeras associações de militares veteranos (não necessariamente daqueles participantes da Segunda Guerra Mundial): associações de ex alunos de escolas militares; associações de amigos das forças armadas; associações de veteranos de determinadas forças, armas, quarteis, bases; associações de veteranos das forças interamericanas de paz e de batalhões enviados em missão da ONU para determinados países ou regiões conflituosas; etc.
A partir do governo Lula tais associações passaram a perder o apoio institucional que possuíam, tão logo assumiram o poder os partidos de esquerda e passou a operar no continente o Foro de São Paulo (que estabelecia regras de ação política para a implantação do Socialismo Bolivariano – forma cabocla de comunismo – nos países do Continente).
O comunismo, para se implantar em qualquer país, necessita destruir ou distorcer a história e desmontar ou modificar as tradições do povo daquele país. Isso foi feito na URSS, na China e em Cuba, por exemplo, e estava sendo tentada em vários países do nosso continente, inclusive no Brasil.
Como bem reconhece o povo norte-americano, o culto que eles prestam aos seus veteranos se deve ao patriotismo destes, ao amor à pátria que possuem; bem como, a vontade de servir e de se sacrificar pelo bem comum. Ora, para implantar um regime comunista em qualquer país é necessário acabar com a eventual resistência por parte dos cidadãos patriotas, como também extinguir a vontade de servir e de se sacrificar pelo bem comum. Esta resistência, vontade de servir e de se sacrificar, em qualquer lugar do mundo, surge primeiro entre os veteranos das forças armadas.
Eles possuem, muito arraigado em seus corações e mentes, o sentimento de nação e de patriotismo; razão pela qual, rejeitam qualquer ideologia internacionalista que busque transformar o seu país em um satélite do comunismo mundial capitaneado pela Rússia ou por qualquer outro país.
Ocorre que as associações de veteranos mencionadas eram uma forma de união de todos os militares nacionais não mais na ativa, que, mediante encontros periódicos, trocavam ideias sobre a conjuntura política, econômica, militar e psicossocial. A esquerda via, e vê, neles um inimigo real pronto a impedir, mesmo que através da força se necessário, a tentativa de implantação do comunismo ou de qualquer outra forma de ditadura no país. Urgia, pois, desmantelar as suas associações. É isso, infelizmente, o que tem sido feito desde o início dos governos de esquerda.
As antigas solenidades militares reverenciando episódios históricos foram suprimidas; os encontros de veteranos suspensos ou cancelados; as associações de veteranos, que funcionavam dentro de organizações militares, convidadas a se retirar ou retiradas das respectivas unidades.
O atual presidente da república é originário da Brigada Paraquedista do Exército Brasileiro, tropa de elite que possui uma grande associação de veteranos. Não sei se o presidente está alertado para este assunto. Caso não esteja, deveria ser advertido por algum veterano de suas relações. Duas décadas de governos de esquerda podem mudar (e mudaram, certamente) doutrinas, ensinamentos, grades curriculares de escolas militares, falsear episódios históricos, etc.
O próprio presidente, no entanto, declarou publicamente que os militares passariam, em seu governo, a ter parte ativa no cenário nacional. Evidentemente, esta decisão, pelo que imagino, também se estenderia aos veteranos. Ocorre que, em virtude de duas décadas de doutrinação marxista, muitas autoridades militares, na ativa, ainda não se deram conta de que o governo, agora, é conservador e de direita. Como tal, os veteranos militares, mantenedores reconhecidos dos valores castrenses de coragem, lealdade e patriotismo, deveriam voltar a ter as suas associações incentivadas e apoiadas institucionalmente, como um baluarte na defesa da democracia e como instituições a se oporem as investidas comunistas no país.