█ Comemoremos, sim, a Revolução de 31 de Março


Há 55 anos, as Forças Armadas brasileiras, em cumprimento a seu dever constitucional, atenderam ao chamado da nossa sociedade, e, usando os meios de que dispunham, garantiram o sucesso do movimento cívico que interrompeu o golpe de Estado em progresso, praticado pelo, então, presidente da República, o senhor João Belchior Marques Goulart, vulgo Jango, para implantar, aqui, uma ditadura “sindicalista”.

Mais uma vez, fomos salvos por nossos militares de vivermos uma trágica experiência comunista, que nos custaria, pelo menos, centenas de milhares, provavelmente, milhões de vidas inocentes, como aconteceu na Rússia e nos países por ela dominados sob a bandeira da União da Repúblicas Socialistas Soviéticas, em Cuba e em todos as nações que sucumbiram a regimes inspirados nessa ideologia nefasta.

Depois de muitos anos em que os governos petistas proibiram que fosse comemorado esse movimento relevante de nossa História, conhecido com “Revolução de 31 de Março”, temos, pela primeira vez, um Presidente não contaminado ideologicamente, nem acovardado diante do patrulhamento das barulhentas forças de esquerda, que, ao contrário, determinou ao Minis-tro da Defesa que as Forças Armadas façam as “comemorações devidas” à referida Revolução de 31 de Março.

A militância de esquerda infiltrada, profundamente, na estrutura do Estado, pequena, mas muito muito atuante e sem limites, também sem nenhum compromisso com a verdade, está desesperada ao ver desmoronar-se o castelo de cartas que construiu ao longo das últimas três décadas e pen-sava ser uma fortaleza inexpugnável na defesa da ditadura comunista, que, mais uma vez, tentava implantar.

Como sempre, erraram. Preocuparam-se tanto em desmoralizar e neutralizar as Forças Armadas, que consideravam ser as únicas Instituições capazes de impedir a marcha para o “socialismo”, que não viram o surgimento de uma nova geração de brasileiros, entre dezessete e quarenta anos, estudantes, empresários e profissionais liberais, muito bem preparados, politicamente conservadores e economicamente liberais, que rejeitaram todas as ideias esquerdistas, até então disseminadas, e foram às ruas, levando ao impeachment a presidente Dilma Rousseff, ao fim da dinastia petista e, finalmente, à eleição do Presidente Jair Messias Bolsonaro.

Do desespero, partiram para uma reação furiosa nos meios de comunicação controlados por eles, tentando convencer os eleitores, com argumentos simplistas que omitiam todas as circunstâncias envolvidas, de que, realmente, houve um golpe de estado em 1964, o que é negado por Bolsonaro e por todas as pessoas que viveram naquela época e não eram, comunistas, terroristas, subversivos, nem corruptos.

Alegam que estamos querendo “reviver o passado”, os “anos de chumbo”, que somos “viúvos da ditadura” que não existiu.

Conseguiram, também, que a Advocacia Geral da União, em um grave desserviço à Nação Brasileira, entrasse com um pedido de liminar que proibisse aquela justa comemoração.

A Juíza da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Dr.ª Ivani Silva da Luz, atendeu ao pedido de liminar apresentado, usando, em sua sentença, todos os clássicos chavões adotadas pela militância de esquerda, quando se refere ao que chamam de golpe de 1964, deixando-nos a convicção de que é muito mais uma militante política do que a Juíza que deveria ser.

Onde estava essa Juíza quando a presidente Dilma proibiu que se comemorasse data tão cara ao Brasil e a suas Forças Armadas?
A liminar foi cassada, e a normalidade, restabelecida.

Consta, ainda, que o Ministério Público Federal extrapolou sua competência para recomendar que as Forças Armadas não cumprissem a ordem presidencial recebida. Essa recomendação, sim, é absolutamente inconstitucional e tão absurda que não poderia ser considerada coisa séria. Como inci-tação à insubordinação, deveria ser tratada como crime.

Alguns políticos que dizem apoiar Bolsonaro também se manifestaram contra as comemorações do dia 31 de Março. Disseram que era preciso deixar de “olhar para o retrovisor”. Ainda que sejam “velhas raposas”, não passam de pessoas oportunistas, mas muito ingênuas, que ainda acham que ser contra os Militares e a Revolução de 1964 lhes dá dividendos políticos. Os brasileiros não estão, nem um pouco mais, preocupados com isso. Já perceberam que as ideias de PT, PSDB e outros partidos de esquerda menos expressivos são o verdadeiro perigo que nos ameaça.

O Presidente Bolsonaro não deve dar maior atenção ao que dizem esses falsos aliados, nem ao que vociferam os petistas, os peessedebistas e seus cúmplices de sempre ou eventuais. Nesta fase de nossa vida política, eles, simplesmente, falam para si mesmos e para seus militantes e seguidores tradicionais. A grande maioria deles é contra tudo aquilo em que acreditamos e jamais mudarão de posição, mas são poucos. Eles não nos representam nenhum perigo. As políticas que eles propõem são as mesmas que os brasileiros rejeitaram quando elegeram o Presidente Bolsonaro. Não há ideias novas.

Fazer pequenas concessões a esses agitadores que só querem tumultuar, somente serve para fortalecê-los e nenhum benefício nos traz.

Sobre o que verdadeiramente ameaça o novo Governo, voltaremos a tratar na última parte da série de artigos intitulada “Caminho Acidentado, mas certo e único”.

Em sendo assim, também nós, como muitos outros brasileiros patriotas e corajosos, podemos dizer, como o fez Roberto Marinho na abertura de seu memorável editorial de 7 de outubro de 1984: “Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das Instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”.

Vergonhosamente, seus herdeiros viriam a vender a honra de quem tudo lhes deu, em troca das migalhas milionárias oferecidas pelos governos da dita nova república que quase destruíram o Brasil e, felizmente, feneceram sem deixar saudade, esperamos que para sempre.

Como já dissemos em um artigo, “Até hoje comem bebem, vestem e moram, muito bem, do legado do patriarca que agora renegam”.

Comemoremos, sim, ostensivamente e sem eufemismos, a Revolução de 31 de Março de 1964.

O autor é Coronel-Aviador, Presidente da Academia Brasileira de Defesa, Vice-Presidente do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos e Membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.