█ Caminho acidentado, mas certo e único – Parte I


A eles, disse-lhes, inspirado em feliz comparação feita em mensagem do Ilustríssimo Mestre, o Prof. Ives Gandra: “Nem Hércules conseguiria limpar os estábulos de Brasília, não em um dia, mas, nem mesmo, em quatro anos”.

Se quisermos ser realistas, devemos esperar, apenas, que o novo governo resolva alguns dos problemas mais graves, encaminhe a solução de outros e consiga eleger um sucessor que dê continuidade à “limpeza” iniciada. E, sobretudo, que a sociedade brasileira mantenha, a qualquer preço e por quaisquer meios, o que a sabedoria popular cristalizou como “PT nunca mais!”. E acres-centamos: comunismo, socialismo e ideologia de esquerda nunca mais!

Até agora, o aproveitamento do êxito tem sido muito bem feito, e o Presidente eleito tem sido impecável em suas atitudes e em seus pronunciamentos, mas as dificuldades serão muitas, algumas, naturais, mas a maioria artificialmente criadas pelas viúvas da ditadura petista e da ideologia da qual estamos em processo de neutralização.

Outra ameaça são os que até há pouco tempo eram oposição, mas estão amolecendo antes mesmo de “entrar na panela”, na tentativa de alcançar seus objetivos pessoais, infiltrando-se na nova corrente de pensamento que se ins-talou no País. Por exemplo, há poucos dias, chegamos a ficar preocupados, quando percebemos alguns indícios de que havia um movimento para eleger o Deputado Rodrigo Maia Presidente da Câmara. Esse Senhor não é nem um pouco confiável.

Quando exercia tal cargo no Governo do Presidente Temer, sempre se manteve ambíguo, fingindo apoiá-lo e declarando-se leal, mas tudo fazendo para enfraquecê-lo.

Toda vez que o Governo fazia alguma coisa que o contrariava, em vez de discutir o assunto institucionalmente, procurava a imprensa, todo choroso, como um garotinho mimado, dizendo-se traído e criando embaraços para o Presidente.

Não conseguiu derrubá-lo para herdar a Presidência, e, talvez não fosse este seu verdadeiro objetivo, mas contribuiu para impedir que fossem feitas as reformas que muito teriam facilitado o novo Governo, que dizia apoiar.
Em verdade, ele perdeu totalmente a nossa confiança, quando, no auge da Operação Lava-Jato, com o PT e as demais legendas de esquerda total-mente desacreditados, e, mais do que isso, isolados, tirou essas forças nefas-tas do ostracismo a que estavam condenadas, trazendo-as, novamente, para a mesa de negociações, em busca de apoio para a sua eleição à Presidência da Câmara dos Deputados.

Com isso, os esquerdistas voltaram a aparecer na mídia e, em resumo, a ter protagonismo político.

Elegeu-se, sim, Presidente da Câmara, mas a um preço muito caro, o de, mais uma vez, ressuscitar, das cinzas, o PT.

A vitória do Presidente Bolsonaro teria sido muito mais fácil e, ainda mais expressiva, se as forças de esquerda tivessem continuado desarticula-das, insuladas e esquecidas.

Tem-se dito que o governo não interferirá nas eleições para as Presi-dências da Câmara e do Senado e que isso é um problema interno das duas Casas. Preferimos creditar essas afirmações à retórica. Esperamos que o Governo use, discretamente, mas use, o capital político que lhe deram as urnas e as manifestações populares, para eleger Presidentes que não estejam



Luís Mauro Ferreira Gomes