Na primeira parte deste artigo, alertamos os nossos leitores do risco de decepção, por não ser possível resolver os graves problemas brasileiros em curto prazo, já que o Governo do Presidente Bolsonaro enfrentará grandes dificuldades e sofrerá sérias ameaças das forças derrotadas politicamente, o que tornará mais longo o caminho da redenção. Alertamos, também, do risco de se permitir a eleição, para as Presidências da Câmara e do Senado, de pessoas comprometidas com a velha política, que se pretende banir do Brasil. A maior ameaça continuará a vir do Congresso, do Poder Judiciário e dos meios de comunicação. Por enquanto, todos têm tido uma postura cautelosa, por já terem percebido que o ataque direto, simplesmente, é repelido pelos brasileiros, que sabem o que querem e o que não querem, e confiam em que Bolsonaro é a única via disponível para alcançar o que buscam. O caminho é, então, desacreditar o Governo aos poucos, com comentários casuais, com o uso de meias verdades, que criem aspectos negativos onde não existem, valorizando-os, ao mesmo tempo em que esvaziam, ou, mesmo, omitem as ações e os fatos positivos. Exemplo disso encontramos na página do Universo Online, quando noticia que:
<p><br>Horas depois de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciar (…) que o avião enviado por Israel com 140 pessoas e 16 toneladas de equipamentos para ajudar na busca de desaparecidos em Brumadinho (MG) chegaria em Belo Horizonte ao meio-dia deste domingo (27), o governo de Minas Gerais informou (…) que o grupo só deve chegar às 21h30 (…). A nota aponta que 136 militares israelenses (…) vão auxiliar nas buscas e salvamentos (…). O número também é diferente do divulgado por Bolsonaro (…)¹
O relevante da notícia é a vinda do avião israelense com o apoio, nenhuma importância tendo o atraso na chegada e a ridícula diferença entre 140 e 136 pessoas. É cristalinamente claro que o objetivo do jornalista foi, de maneira subliminar, deixar a falsa impressão de que o Presidente está perdido, mal-informado, e, em resumo, despreparado para governar o País.
Outro exemplo: lemos em algum lugar, sem, infelizmente, conseguir-mos resgatar a fonte, que essas movimentações financeiras, relativas a
funcionários da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, eram conhecidas desde o início de 2018, mas não teriam sido tornadas públicas, para que não influíssem nos resultados das eleições. Parece muito estranho todo esse zelo com as eleições, e nenhum pejo por torná-las públicas nos primeiros dias do novo governo, quando começava a estabelecer-se como tal. Tudo nos sugere, que essa “movimentação suspeita” teve, por objetivo, atingir, como uma nova facada virtual, não seu filho, o Senador Flávio Bolsonaro, mas o próprio Presidente da República. Se não vazaram antes, deve ter sido por não terem sentido essa necessidade, já que lhes parecia muito improvável a eleição de Bolsonaro, de seu filho e de todos os outros candidatos beneficiados pela onda moralizadora que tomou conta do Brasil. Seria preferível, então, reservar o possível cartucho para queimá-lo em outra oportunidade, em que mais bem contribuísse para seus propósitos.
Além dessas ameaças do universo antagônico, preocupam-nos muito mais, ainda, as que vêm de supostos aliados, o conhecido “fogo amigo”. As forças de esquerda jamais teriam avançado tanto, se não tivessem contado com a decisiva ajuda de seus opositores, seja pela omissão, seja pela disputa interna, seja aceitando cargos nos governos do PSDB e do PT. Não nos reportamos a declarações desencontradas, inerentes aos que começaram a trabalhar juntos há pouco tempo, as quais o Presidente e seus Assessores têm sabido contornar muito bem. Referimo-nos a ações dolosas de quem procura, com declarações públicas impertinentes, constranger outros setores do próprio Governo, expondo-os à sanha dos meios de comunicação hostis², para forçá-los a aceitar o que não consideram certo nem justo.
Os militares são patriotas, mas não são bobos. São patriotas, sim, e têm dado sobejas provas disso ao longo de toda a nossa história. São patriotas porque esta é a sua natureza, porque assim são, e não porque queiram dar exemplo. Também, não têm de “dar sua cota de sacrifício”, enquanto os outros se locupletam. Já se vêm sacrificando desde que proclamaram esta República que esses mesmos grupos ideológicos, que sempre lhes impuseram sacrifícios desnecessários em nome do patriotismo, quase destruíram várias vezes, em todas elas, impedidos, justamente, pelos militares.
Finalmente, consta que, devido à dificuldade de acesso ao Presidente da República, os Políticos e os Empresários têm procurado o Vice-Presidente³.
E quem não tem ou perdeu o acesso a Gen. Mourão, como fica?
O autor é Coronel-Aviador, Presidente da Academia Brasileira de Defesa, Vice-Presidente do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos e Membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.
1 https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/01/27/governo-de-mg-diz-que-aviao-de-israel-chega-em-bh-as-21h30-deste-domingo.htm
2 https://www.sunoresearch.com.br/noticias/paulo-guedes-militares-reforma-previdencia/
3 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/01/sem-acesso-a-presidente-politicos-e-empresarios-re-correm-a-mourao.shtml