Na despedida de um amigo tão querido, que nos deixou de maneira tão repentina, cabem sempre algumas palavras de conforto para todos os que com ele conviveram; principalmente para os familiares e os amigos mais chegados, inconformados com esta súbita partida.

A ausência de palavras de conforto nesta hora, sem que tenha sido expressamente um desejo do falecido, poderia, erroneamente, dar a impressão de que nenhum dos que com ele conviveram tem algo a dizer sobre este nosso amigo, cujo espírito empreendeu uma nova viagem rumo a outras moradas; muito embora saibamos que a emoção deste momento é, sem dúvida, a grande responsável pelo embargo de todas as nossas vozes.

Por já haver perdido prematuramente grandes amigos e por saber que ainda poderei perder outros tantos antes que chegue a minha vez, em razão da inexorabilidade da morte, resolvi buscar alguns textos religiosos que me parecessem apropriados para serem escritos em uma ocasião como esta. No entanto, sem encontrar nenhum que me satisfizesse, resolvi elaborar um texto simples que falasse um pouco sobre a vida e a morte, de modo a trazer um pouco de tranquilidade a todos seus amigos e parentes em uma ocasião tão triste como esta.

Inicialmente, minha total convicção é de que a vida e a morte constituem fenômenos naturais de ordem Físico-Químico-Biológica. Este corpo, que outrora pertenceu ao nosso querido amigo que se foi, integrar-se-á novamente a natureza de onde veio e o seu espírito, que até então residiu temporariamente neste corpo, já partiu para um novo plano de existência, onde, longe do sofrimento e das agruras da vida encarnada, aguardará novas instruções visando o inexorável e incessante processo de reencarnação e consequente evolução daqueles espíritos que, em alguma ocasião, foram agraciados, pelo Criador, com a chama da vida.

Falar sobre as virtudes e as boas qualidades do nosso irmão Luís Mauro, seria, tão somente, ‘chover no molhado’ como se costuma dizer; já que todos os que com ele conviveram despediram-se dele, ao menos em pensamento, justamente, em razão destas virtudes e destas qualidades.

Falar sobre as suas realizações nesta existência seria, também, supérfluo; já que, ninguém realiza mais do que aquilo que antecipadamente foi, para ele, planejado pelo Criador.

Entretanto, poderíamos, sim, falar da enorme quantidade de amigos que deixou. Uma simples visão das centenas de mensagens encontradas nos vários grupos do Whatsapp e da WEB dos quais participava, nos dá a dimensão da legião de amigos que ele tão bem soube cultivar em vida, com a sua simplicidade, com a sua cordialidade, com a sua grande inteligência e com a sua agradável maneira de ser.

Poderíamos, também, falar sobre os inúmeros e edificantes exemplos que deu em vida, de coragem, de tenacidade, de trabalho, de lealdade, de carinho e de amor, não só para seus familiares, mas para seus amigos, seus superiores e seus subordinados.

Poderíamos falar um pouco do seu temperamento, sempre alegre, jovial e expansivo, que a todos encantava e que transmitia ânimo, logo ao primeiro contato, àqueles que, por vezes, se encontravam deprimidos à sua volta,

Por tudo isto, eu estou convencido de que sua missão, nesta existência, foi integralmente cumprida, conforme previamente planejado pelo Criador ou Grande Arquiteto do Universo; que, neste exato momento, poderá estar felicitando-o por mais esta vitória, nas inúmeras provas a que todos os espíritos devem se submeter pela eternidade afora.

Finalmente, não direi ‘descanse em paz’ ao seu espírito, por saber que o espírito jamais descansa na busca constante pela evolução.

Da mesma forma, não direi ‘descanse em paz’ ao seu corpo, por constatar que este se degradará e que seus átomos continuarão, eternamente, a fazer parte de outros seres vivos; inseridos que estão no processo de reciclagem da natureza.

Direi apenas: – Querido amigo Luís Mauro, que tanta falta nos faz, desejo que seja tão feliz em sua nova morada, quanto foi nesta existência que findou e que possa transmitir aos demais espíritos com os quais venha se relacionar daqui pra frente, o mesmo amor, o mesmo carinho e a mesma compreensão, que teve a gentileza de nos conceder em sua breve passagem pelas nossas vidas.