█ Os paradoxos e as armadilhas do prazer e da felicidade

O prazer e a felicidade são, tradicionalmente, considerados como emoções da psique dos seres humanos, fazendo parte, portanto, da chamada Teoria Geral das Emoções. O prazer, segundo esta teoria, seria considerado como uma condição temporária e restrita de satisfação, enquanto a felicidade seria considerada como um estado constante e duradouro de satisfação total.


A felicidade (mais completa, pois, que o prazer), segundo definição clássica, poderia ser entendida como um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude seriam substituídos por emoções ou sentimentos, que iriam desde o contentamento até a alegria intensa ou o júbilo. A felicidade teria, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior. Estaria, a felicidade, todavia, sempre associada ao prazer; pois não existiria felicidade no sofrimento e na dor (a não ser para aqueles indivíduos portadores de determinada patologia conhecida como Masoquismo).


 Desta forma, a Felicidade (e também o seu irmão menor, o prazer) poderia ser abordada pela ótica da Filosofia, da Ciência, da Religião ou de vários outros aspectos Psicossociais.


 Resumidamente, sob a ótica da Filosofia, o primeiro filósofo a tratar da felicidade foi Zoroastro (VII A.C.) na Pérsia, atual Irã, ao afirmar que no final dos tempos o bem venceria sobre o mal. O bem incluía a beleza, a justiça, a saúde e a felicidade. Quase na mesma época, na China, Lao Tse afirmava que a felicidade poderia ser obtida tendo como modelo a Natureza. Outro filósofo chinês, Confúcio (também da mesma época) afirmava que a felicidade poderia ser atingida mediante o disciplinamento das relações sociais.


Três séculos depois, o filósofo grego Aristóteles (IV A.C.) associou a felicidade à virtude, pois a vida virtuosa seria uma vida feliz. A felicidade consistiria, pois, em uma atividade da alma. Assim, um homem feliz seria uma pessoa virtuosa.


Outros filósofos gregos também discorreram sobre o tema, como Epicuro (criador do Epicurismo) e Pirro de Elis (criador do Ceticismo).


O Epicurismo, segundo os dicionários nos informam, consistiria em um sistema filosófico que pregava a procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo (com a ausência de sofrimento corporal), pelo conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. Assim, quando os desejos se tornavam exacerbados poderiam ser fonte de perturbações constantes, dificultando o encontro da felicidade (que, para o autor do Epicurismo, era manter a saúde do corpo e a serenidade do espírito). Epicuro de Samos, conhecido como o pai deste sistema, foi um filósofo ateniense do século IV a.C.


Sua filosofia, no entanto, era de cunho materialista, não havendo nela espaço para a imortalidade da alma. Todavia, tanto na filosofia não materialista quanto na religião, o prazer e a felicidade são também considerados como emoções reais e necessárias dos seres humanos.


O Hedonismo, por sua vez, mais antigo do que o Epicurismo, consistiria em uma doutrina filosófico-moral que afirmava ser o prazer o supremo bem da vida humana. Surgiu, também, na Grécia e seu mais célebre representante foi Aristipo de Cirene (435-335 a.C.)  O Hedonismo filosófico moderno (que originou o Utilitarismo de vários autores, dentre eles Stuart Mill) procura, por sua vez, fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer, entendida está como a felicidade para o maior número possível de pessoas.


A escola grega conhecida como Estoicismo, criada por Zenão de Citio (340-264 a.C), afirmava que a felicidade seria alcançada através da tranquilidade e que esta poderia ser atingida pelo autocontrole e pela aceitação do destino.


Mais recentemente, Jean Jacques Russeau, filósofo francês, afirmava que o ser humano foi originalmente feliz, mas que a civilização havia destruído este estado de felicidade. Para retomá-lo, a educação humana deveria conduzir o homem à sua simplicidade original.


Auguste Comte, com sua Escola Positivista, imaginou a Ciência e a Razão, como elementos fundamentais para atingirmos a felicidade.


Sintetizando, segundo a ótica religiosa, para o Budismo (doutrina surgida na Índia e criada por Sidarta Gautama no século VI a.C.) a felicidade suprema seria atingida, apenas, pela superação dos desejos do EGO. A felicidade consistiria, assim, na ausência ou libertação do sofrimento. Para o Cristianismo (religião sobre Jesus Cristo surgida a partir do Concilio de Nicéia em 325 D.C.), o amor fraternal seria o elemento fundamental da harmonia, necessária para o estado de felicidade. Alguns pensadores cristãos afirmavam que a felicidade era a visão da essência de Deus.


É conhecido que, no Oriente, os filósofos e religiosos encaravam o prazer da sexualidade como uma iluminação espiritual; como, também, no Ocidente antigo, os gregos e os romanos aceitavam o prazer da sexualidade sem nenhuma impressão moralista, impressão está apenas surgida com o nascimento do cristianismo. As culturas e as religiões orientais baseiam-se no equilíbrio e na complementaridade entre o masculino (Yang) e o feminino (Yin). Para tais culturas, o prazer sexual buscava, principalmente, a transcendência da mortalidade. Segundo vários autores, no próprio Ocidente antigo, o sexo era natural, divino e sempre realizado como forma de adoração, não sendo descriminado e sem senso de pudor; já que, tudo era considerado divino e natural na sexualidade grega e romana.


O Cristianismo, originado de tradições judaicas, criando a noção de pecado, regulou o comportamento moral do Império Romano e, a partir de então, de todo o Ocidente. A visão cristã, impregnada de valores éticos que transcendem o mundo material, acabou por colocar a sexualidade, situada no plano material, como fonte de pecado e cujas tentações deveriam ser mantidas afastadas. A própria mãe de Jesus foi considerada como virgem, de modo a reiterar ser ele filho do Criador; mas, também, para torná-la livre do pecado da carne.


Surgiu, assim, uma contradição entre a sexualidade divina e a sexualidade pecado. O Cristianismo ficou com a segunda, para justificar seus pressupostos e a sua origem. Abandonou, assim, o amor sexual para ficar, apenas, com o amor fraternal.


No Islamismo, religião fundada por Maomé, a caridade e a esperança em uma vida após a morte seriam os elementos fundamentais da felicidade.


Filosoficamente, como também religiosamente, o prazer, sob todos os seus tipos e formas, poderia servir para humanizar os indivíduos, quando buscado de forma comedida (tornando-os senhores do prazer); bem como, também, poderia servir para desumanizá-lo, quando buscado imoderada e desregradamente, tornando-os escravos do prazer.


Com respeito à abordagem psicológica, o psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939), considerado como o criador da psicanálise, defendia que todo ser humano é movido pela busca da felicidade, através daquilo que ele denominou de Princípio do Prazer. Esta busca, entretanto, seria fadada ao fracasso, devido à impossibilidade de o mundo real satisfazer a todos os nossos desejos. A isto, Freud deu o nome de “Princípio da Realidade”. Segundo Freud, o máximo a que poderíamos aspirar seria uma felicidade parcial. A psicologia positiva – que dá maior ênfase ao estudo da sanidade mental e não às patologias – relaciona a felicidade com as emoções e as atividades positivas.


O prazer, segundo eu o entendo, se trataria, pois, de uma emoção mais fortemente vinculada aos sentidos físicos e a felicidade constituiria uma emoção mais ligada ao intelecto e ao espírito.


A abordagem social atribui a felicidade do indivíduo à posse de um emprego, de moradia, de alimentação suficiente, de segurança, saúde, laser, diversão, etc.


Cientificamente, segundo a Wikipédia, estudos recentes têm procurado achar padrões de comportamento e pensamento nas pessoas que se consideram felizes. Alguns padrões encontrados são: Capacidade de adaptação a novas situações; buscar objetivos de acordo com suas características pessoais; riqueza em relacionamentos humanos; possuir uma forte identidade étnica; ausência de problemas; ser competente naquilo que se faz; enfrentar problemas com a ajuda de outras pessoas; receber apoio de pais, parentes e amigos; ser agradável e gentil no relacionamento com outras pessoas; não dar grande dimensão às suas falhas e defeitos; gostar daquilo que se possui; ser autoconfiante; pertencer a um grupo; independência pessoal.


Economicamente, alguns pensadores vinculam a felicidade a aspectos tais como pertencer ou não a determinadas classes sociais, viver ou não em determinados sistemas econômicos, etc. O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) defendeu o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes, como elemento fundamental para se atingir a felicidade humana. Adam Smith (1723-1790) achava que a iniciativa privada e a livre concorrência, eram a base para a riqueza das nações e a felicidade de seus habitantes.  J. M. Keynes (1883-1946) propunha uma política intervencionista do Estado, através de medidas fiscais e monetárias, para reduzir os efeitos dos Ciclos Econômicos que, em épocas de depressão, deixavam as populações empobrecidas e infelizes.


Vê-se, portanto, caros amigos leitores, que existem diversas concepções acerca do prazer e da felicidade, ambos podendo ser analisados sob as diversas óticas e distintas formas de abordagem. Embora a Psicologia mencione que os seres humanos estejam sempre buscando a felicidade, em razão do Princípio do Prazer que comandaria suas existências terrenas, podemos perceber inúmeras armadilhas em seus caminhos, que, supostamente, de forma ardilosa e no sentido de um alerta, teriam sido colocadas pelo Criador de todas as coisas em seus trajetos, de modo a que pagassem o preço requerido, caso viessem a se tornar escravos do prazer e da felicidade.


Evidentemente que Aquele que tudo pode, isto é, o Criador de todas as coisas, poderia ter feito seres humanos sem a necessidade do prazer e da felicidade. Mas, da mesma forma como ocorre nos sistemas econômicos, para haver empreendedorismo, interesse no trabalho e no progresso torna-se mandatória a perspectiva de lucros, bem como, a obrigatoriedade de levar em consideração os desejos e as necessidades dos seres humanos enquanto produtores e consumidores. Assim, para que a raça humana continuasse a procriar e a se desenvolver continuamente, tornaram-se necessários os incentivos do prazer e da felicidade.


Intuitivamente percebemos que sem o Princípio do Prazer (físico e espiritual) a nortear as nossas vidas, todos nós, seres humanos, estaríamos inexoravelmente fadados a não progredir, material e espiritualmente, e até mesmo a nos extinguirmos como espécie. Paradoxalmente, ainda, as fontes de prazer físico estariam vinculadas aos vícios e não às virtudes e as fontes de prazer espiritual, vinculadas às virtudes e não aos vícios (em conformidade com os critérios estabelecidos pela religião para a definição dos vícios e das virtudes).


Segundo Margaret Mead (1901-1978), antropóloga cultural norte-americana, “a principal característica da virtude é que nesta, primeiro se tem a dor e em seguida o prazer; enquanto a característica marcante do vício é que neste se tem primeiro o prazer e em seguida a dor”. Ou seja, em última análise, o virtuoso teria o prazer como prêmio por ter enfrentado o sofrimento e a dor e o vicioso possuiria como recompensa o sofrimento e a dor, por ter buscado excessivamente o prazer.


 Ocorre que ambos os tipos de prazer, o físico e o espiritual ou intelectual, são importantes para os seres humanos, desde que buscados e obtidos de forma moderada. Exageradamente eles passam a ser prejudiciais; razão para a existência das armadilhas anteriormente mencionadas, colocadas pelo Criador (ou pela própria Natureza, como queiram) no caminho humano como cordéis de tropeço ou alertas de segurança de que algo tem andado errado com aquele indivíduo.


O próprio prazer de ser excessivamente virtuoso pode constituir-se em um vício. Todavia seria necessário que o próprio indivíduo se inteirasse, realmente, e acreditasse, verdadeiramente, de que o problema físico, psicológico ou de qualquer outra ordem, que lhe ocorre no momento, se trataria de um alerta relativo ao seu imoderado comportamento pregresso na busca pelo prazer e pela felicidade.


Mas quais seriam estas armadilhas mencionadas? Posso imaginar algumas, para o caso daqueles denominados ‘sete pecados capitais’, que acometem aos que buscam o prazer físico desmedido, através da Soberba, da Avareza, da Luxúria, da Vaidade, da Gula, da Ira e da Preguiça.


  • Gula (o prazer de comer em quantidade superior à necessária para o bem-estar do corpo): por exemplo, as altas taxas de colesterol, de triglicerídios, de ácido úrico, que entopem as artérias com placas de ateroma e que produzem a gota, respectivamente. Diabetes, hipertensão, etc. Para o caso dos alcoólicos (que buscam o prazer imoderadamente nas bebidas alcoólicas): por exemplo, as altas taxas de Transaminase Oxalacética e a Transaminase Pirúvica, que tornam o fígado gorduroso; a hepatite e a cirrose hepática, além da pancreatite e de patologias neurológicas e psíquicas. Para o caso dos dependentes químicos (aqueles que buscam o prazer no consumo de drogas ou substâncias estupefacientes): por exemplo, as patologias neurológicas e psíquicas, ademais daquelas demais enfermidades, comuns também aos alcoólicos.
  • Luxuria (a busca do prazer através do apego aos contatos sexuais, a promiscuidade e a lascívia): por exemplo, as conhecidas DST (doenças sexualmente transmissíveis).
  • Avareza (a busca do prazer através do apego aos bens materiais e ao seu acúmulo, como se fossem fins em si mesmos ao invés vez de meios para finalidades mais nobres): por exemplo, além de hipertensão; processos cíveis e criminais por furtos, roubos e desvios de dinheiro público; afastamento de amigos e de parentes.
  • Vaidade (a busca do prazer mediante uma preocupação excessiva com o próprio aspecto físico por causa da admiração e até da inveja que pode despertar em outros; por exemplo, além de se expor ao ridículo em algumas situações); enfermidades causadas por excesso de exercício físico; pelo excesso de produtos químicos anabolizantes e suas funestas consequências; artrite.
  • Soberba (a busca do prazer mediante um excessivo orgulho e uma grande arrogância): por exemplo, afastamento de amigos e parentes; problemas de coluna; problemas nos joelhos.
  • Ira (a busca do prazer através de um sentimento na raiva desmedida, frequentemente sentindo prazer no desejo de vingança): por exemplo, alergias e doenças no fígado.
  • Preguiça (a busca do prazer na rendição à falta de vontade para a realização dos próprios deveres e para a superação das suas limitações prejudiciais): por exemplo, obesidade e suas consequências, como altas taxas de colesterol e de triglicerídeos; depressão.

Louise Hay, autora do método “Você pode curar sua vida”, afirma que todas as enfermidades constituem reflexos do padrão de comportamento dos indivíduos. Sem concordar integralmente com ela; mas, reconhecendo a importância dos caracteres psicológicos individuais no início e no agravamento de muitas enfermidades, eu reproduzo a continuação as principais causas das enfermidades, segundo a autora do método citado:


Alergias: aparecem naqueles que estão sempre nervosos e irritados com as atitudes das outras pessoas. Se você tem alergias, procure ser mais calmo e compreensivo com aqueles que o rodeiam; Anemia: está relacionada à falta de confiança em si mesmo; Doenças respiratórias: se desenvolvem em pessoas que estão sempre desesperadas, correndo e que gostam de fazer tudo ao mesmo tempo; Artrite: está associada à mania de perfeição. Pessoas muito insistentes e críticas tendem a desenvolver este problema; Asma: complexo de culpa; Problemas na bexiga: aparecem em pessoas que ficam guardando suas dores; Bulimia: ódio de si mesmo e crença de não ser bom o suficiente; Câncer: associado a ressentimentos profundos; Problemas na coluna: geralmente aparecem em pessoas que gostam de fazer tudo sozinhas; Doenças do coração: desenvolvidas por pessoas que não vivem do amor e da felicidade; Problemas dentários: os dentes estão associados à família e, em geral, pessoas que se responsabilizam por todas as decisões familiares são propensas a ter problemas nos dentes e gengivas; Dores: estão associadas à culpa e ao medo de ser punido; Problemas digestivos: estão relacionados à dificuldade de assumir novas ideias e experiências; Doenças do fígado: são apresentados por pessoas que acumulam raiva e rancor; Problemas na garganta: associados ao medo das mudanças, dificuldade de falar o que pensa e frustração; Gastrite: se manifesta em pessoas que guardam os problemas apenas para si, são introvertidas e demonstram uma falsa calma e tranquilidade; Problemas no joelho: inflexibilidade, ego inflado e medo de mudanças; Obesidade: insegurança; Problemas nas pernas: medo de enfrentar as coisas novas do dia a dia; Doenças nos pés: dificuldades de compreender a si próprio; Retenção de líquidos: intuição forte e que não é respeitada; Problemas nos rins: acúmulo de mágoas, tristeza e dor; Tumor: feridas antigas que não foram curadas; Úlcera: medo de não ser bom o suficiente; Varizes: associadas à incapacidade de aceitar as condições que são impostas.


Constatamos, assim, que prazer e felicidade dependem de fatores internos e externos ao indivíduo. Muitos são felizes e sentem prazer na total carência e na adversidade, dependendo apenas de como encaram a Metafísica da vida e da morte. Outros tantos são infelizes e não sentem prazer, mas apenas tédio, na total abundância e na ventura, em razão de suas convicções Metafísicas relativas à mesma vida e à mesma morte.


Aqueles seres mais preocupados com o aspecto de Ter (matéria, posses, bens), normalmente, tenderiam a ser mais infelizes que os preocupados com o aspecto de Ser (intelecto, espírito, conhecimentos), já que os primeiros sentiriam mais as perdas materiais que os segundos. Contraditoriamente, aqueles indivíduos mais ignorantes (mais pobres de espírito, menos esclarecidos ou mais inocentes), que tendem a contentar-se com o pouco que sabem, por desconhecerem quase tudo (sendo incapazes de uma avaliação do contexto geral), neste particular, se considerariam relativamente felizes em suas existências de pouco saber.       


Em vista do exposto podemos imaginar que a felicidade consistiria em um fluxo de sentimentos (mais ou menos duráveis no tempo) de satisfação consigo mesmo e com o mundo ao seu redor; fluxo de sentimentos este, gerado por vários fatores que incidiriam interna e externamente aos seres humanos. Os fatores com maior ou menor peso dependeriam da concepção Metafísica de cada indivíduo, acerca de questões tais como: Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?


Aqueles que entendem a existência humana como uma escola de aprendizado visando à evolução espiritual, mesmo passando por grandes adversidades poderiam não se sentir infelizes. Aqueles materialistas, que vêm a existência humana como um simples acidente ocorrido na vasta extensão de um Universo sem Criador, mesmo desfrutando das delícias e prazeres proporcionados pela fortuna, pela beleza e pela saúde, poderiam, paradoxalmente, não se sentir felizes.


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