A história humana já viu e ainda verá por muito tempo surgir alguns seres predestinados a antever ou a prever o futuro, tanto de pessoas quanto de reinos, de impérios e de países.
Desde as mais remotas eras os indivíduos têm buscado orientação sobre as suas vidas nos oráculos, nas profetisas, em videntes e nos adivinhos.
O oráculo consistia na resposta dada por uma divindade a uma questão pessoal, através de artes divinatórias. Com o passar do tempo o termo também passou a designar o intermediário humano consultado, que transmitia a resposta da divindade e, até mesmo, o local do fato, que era considerado como solo sagrado previamente preparado para tal prática.
Tais oráculos só podiam ser dados por certas divindades, em determinados lugares, por pessoas determinadas e respeitando-se rigorosamente os rituais. Além disto, interpretar as respostas da divindade, que se exprimia de diversas maneiras, exigia uma iniciação daquele a transmitir as respostas.
Alguns deuses se expressavam por intermédio das entranhas e pelo fígado das vítimas sacrificadas (humanas ou animais); outros através de cascalhos, búzios e ossadas. Alguns através dos sonhos futuros daqueles que os consultavam.
A profetisa, por sua vez, era aquela mulher que falava em lugar do Deus e era escolhida entre as mais velhas da região. Ela se exprimia em versos ou, ao menos, se exprimiu assim por longo tempo, conforme alguns historiadores nos relatam.
Da mesma forma se expressavam os videntes, sendo um de seus maiores expoentes o francês Michel de Nostradamus (1503-1566), reconhecido por suas acertadas previsões e cuja principal obra foi ‘As Centúrias’, quadras em versos métricos decassílabos reunidas em grupo de cem.
Por sua vez, um grande poeta português chamado Antero de Quental (1842-1891), segundo a minha opinião pessoal, ademais de poeta era outro que também possuía o privilégio (ou a maldição, segundo alguns assim consideram) da vidência. Em versos feitos no século XIX, segundo penso, já previa situações que ocorreriam em nosso país e no Continente Sul-Americano no século XXI.
Em seu belíssimo poema denominado ‘Tentanda Via’ o escritor retrata, com extrema fidelidade, a situação do Brasil atual e de sua gente, após quase duas décadas de governos de esquerda (2003 à 2018) que deixaram o país arrasado e em ruínas, vendido e entregue a sanha estrangeira, com setores inteiros desnacionalizados, empresas falidas e o povo desempregado; em razão da má administração, dos desmandos, do aparelhamento do Estado por políticos e seus partidos objetivando a implantação do chamado Socialismo Bolivariano, do nepotismo, das sinecuras, dos apadrinhamentos e do desvio de recursos públicos para partidos políticos e para contas particulares de políticos, executivos, empresários, etc. Menciona, também, o poeta, fatos recentes vividos por todo o Continente Sul-Americano.
Após a passagem destes governos de esquerda, o saldo deixado em nosso país foi de 13,7 milhões de pessoas desempregadas (13,1%); um déficit orçamentário da ordem de 200 bilhões de reais; 341,6 mil empresas tiveram suas atividades encerradas nos últimos anos, sendo que destas 13,8 mil eram indústrias; a desnacionalização de setores como a geração e a distribuição de energia, a agroindústria, a aviação comercial; as telecomunicações, etc.
O coordenador da Operação Lava a Jato (ação policial e do Ministério Público brasileiro que desbaratou um esquema bilionário de corrupção no país envolvendo políticos, empresários e servidores públicos), um procurador da república, declarou que cerca de 200 bilhões de reais são desviados anualmente dos cofres do governo pelas quadrilhas que agem nos três poderes.
Assim, a cada verso do poema de Antero de Quental, podemos fazer alusão à episódios da vida nacional e do continente desde o início dos anos 2.000. Aqueles que acompanharam a vida brasileira e possuem boa memória poderão fazer as analogias necessárias.
Entre um verso e outro procurei, eu mesmo, entre parênteses, tentar fazer uma alusão à acontecimentos passados e presente, bem como a desejos e esperanças futuras ainda não concretizadas; mas que, de alguma forma, se relacionem com os versos escritos. No vigésimo quarteto, cujo título deste meu presente texto a ele alude, fiz questão de escrevê-lo em letras maiúsculas para dar-lhe maior destaque, por me afigurar como um dos mais belos sonetos já escritos na língua portuguesa.
Que os leitores acompanhem os versos e vejam se tenho ou não razão sobre aquilo que afirmo:
Tentanda Via
Antero de Quental
Com que passo tremente se caminha
Em busca dos destinos encobertos!
Como se estão volvendo olhos incertos!
Como esta geração marcha sozinha!
(Alude a marcha da nova geração brasileira tentando se livrar do mesmo destino trágico da Venezuela, que, tendo adotado o socialismo bolivariano, está com sua economia falida, com o povo à mingua, passando fome e fugindo para países vizinhos, dentre os quais o próprio Brasil)
Fechado, em volta, o céu! O mar, escuro!
A noite é longa! O dia, duvidoso!
Vai o giro dos céus, vem vagaroso…
Vem longe ainda a praia do futuro…
(Em razão do aparelhamento do Estado brasileiro pela esquerda, segundo o autor, a possibilidade de nos livrarmos do mesmo destino do grande país vizinho, a Venezuela, ainda, é um sonho distante)
É a grande incerteza, que se estende
Sobre os destinos dum porvir, que é treva…
É o escuro terror de quem nos leva…
O futuro horrível que das almas pende!
(Comenta, ainda, sobre a história recente do país e da própria América do Sul, com organizações como o Foro de São Paulo, URSAL e UNASUL, cujas estratégias visam a implantação do bolivarianismo em todo o continente, com todas as suas mazelas e sequelas)
A tristeza do tempo! O espectro mudo
Que pela mão conduz… não sei aonde!
– Quanto pode sorrir, tudo se esconde…
Quanto pode pungir, mostra-se tudo.
(Menciona o papel dúbio da Mídia, tradicionalmente subserviente às verbas públicas de propaganda, que, tendo perdido tais verbas no novo governo, ora censura ou impede a divulgação de más notícias contra os políticos venais e governantes corruptos e suas falcatruas, ora divulga notícias inverídicas sobre ações e pronunciamentos do atual presidente Jair Bolsonaro)
Não é a grande luta, braço a braço,
No chão da Pátria, à clara luz da História…
Nem o gládio de César, nem a glória…
É um misto de pavor e de cansaço!
(Fala do sentimento niilista e de desânimo que contagia o povo, ao constatar que os protestos em praça pública, as críticas ao descalabro parlamentar e às ações do STF, nada valem ante autoridades comprometidas com este aparelhamento do Estado, que não ouvem os anseios populares e que fazem o que bem querem, passando, inclusive, por cima das leis impunemente)
Não é a luta dos trezentos bravos,
Que o solo, amado, beijam quando caem…
Crentes que traz um Deus, e à guerra saem,
Por não dormir no leito dos escravos…
(Volta ao mesmo assunto, tratando da luta inglória e da ação ineficaz dos milhares de agentes da lei e da ordem, caídos pela pátria em defesa do povo e das instituições democráticas e cujas ações são, frequentemente, combatidas pela Mídia de Esquerda, que apoia os criminosos a quem denominam, eufemisticamente, de pobres vítimas do Sistema Econômico Capitalista)
É a luta sem glória! É ser vencido
Por uma oculta, súbita fraqueza!
Um desalento, uma íntima tristeza
Que à morte leva… sem se ter vivido!
(Fala sobre a ação da polícia, do Ministério Público e das demais autoridades patrióticas e honestas que, com frequência, desalentados, veem todo o seu trabalho ruir face a decisões esdruxulas de magistrados, muitas vezes, indicados para seus altos cargos pelos próprios réus que julgam)
Não há aí pelejar… não há combate…
Nem há já glória no ficar prostrado –
São os tristes suspiros do Passado
Que se erguem desse chão, por toda a parte…
(Volta a mencionar a lembrança popular sobre o período em que o país esteve submetido ao Movimento Militar de 1964 e a falta de ação atual dos próprios militares, ao conviverem com tantos e tamanhos descalabros que conduziram o país à ruina)
É a saudade, que nos rói e mina
E gasta, como à pedra a gota d’água…
Depois, a compaixão, a íntima mágoa
De olhar essa tristíssima ruína…
(É a continuação da ideia contida no verso anterior, onde o povo recorda com saudade os tempos do crescimento econômico, da abundância de empregos, das altas taxas de crescimento econômico, durante o Movimento Militar de 1964, comparando-o com o legado de crise e desemprego dos governos de esquerda)
Tristíssimas ruínas! Entristece
E causa dó olhá-las – a vontade
Amolece nas águas da piedade,
E, em meio do lutar, treme e falece.
(Menciona sobre o papel dos intervencionistas, que clamam sem sucesso pelo retorno dos militares ao poder, após toda esta destruição da economia e das instituições democráticas promovida pelos sucessivos governos de esquerda)
Cada pedra, que cai dos muros lassos
Do trémulo castelo do passado,
Deixa um peito partido, arruinado,
E um coração aberto em dois pedaços!
(Fala sobre o esfacelamento das instituições democráticas, do ensino, dos transportes, da segurança pública, das posições de destaque que já tivemos em vários setores econômicos e que perdemos, após a devastadora passagem pelo poder dos governos de esquerda)
A estrada da vida anda alastrada
De folhas secas e mirradas flores…
Eu não vejo que os céus sejam maiores,
Mas a alma… essa é que eu vejo mais minguada!
(Refere-se aos políticos nacionais, que só pensam em seus interesses próprios e grupais e em suas maquinações espúrias que visam impedir as ações do atual presidente, que rompeu com a velha política de oferecer cargos nas diretorias das empresas estatais e nos ministérios para os partidos políticos, que desviavam recursos públicos em troca do apoio que davam ao presidente do momento)
Ah! Via dolorosa é esta via!
Onde uma Lei terrível nos domina!
Onde é força marchar pela neblina…
Quem só tem olhos para a luz do dial
(Fala da união entre o parlamento e o judiciário para cercear e tolher as ações do presidente Jair Bolsonaro. Suas medidas econômicas, programas e projetos ou não são votados no parlamento (e se tornam sem efeito) ou são considerados inconstitucionais pelo supremo, impedindo-o de governar para os 57 milhões de eleitores que o conduziram à presidência)
Irmãos! Irmãos! Amemo-nos! É a hora…
É de noite que os tristes se procuram,
E paz e união entre si juram…
Irmãos! Irmãos! Amemo-nos agora!
(Protesta contra a técnica Gramscista adotada pelos governos de esquerda, de dividir a população em negros e brancos, pobres e ricos, homo e heterossexuais, nordestinos e sulistas, católicos e protestantes, visando desunir e criar falsos antagonismos para, com isso, promover a luta de classes e poder implantar mais facilmente o socialismo bolivariano em meio ao caos reinante)
E vós, que andais a dores mais afeitos,
Que mais sabeis à Via do Calvário
Os desvios do giro solitário,
E tendes, de sofrer, largos os peitos;
(Fala sobre os católicos, desanimados ao verem alguns dos sacerdotes da sua religião apresentarem posições ideológicas comunistas ou socialistas, sobre o título eufemístico de Teologia da Libertação, e incentivarem, liderarem e até participarem de movimentos campesinos de invasão de propriedades rurais produtivas e a consequente destruição de instalações, equipamentos, culturas permanentes e temporárias, além do abate de animais de criação)
Vós, que ledes na noite… vós, profetas…
Que sois os loucos… porque andais na frente…
Que sabeis o segredo da fremente
Palavra que dá fé – ó vós, poetas!
(Conclama todos os escritores e intelectuais, patriotas, honestos e preocupados com os destinos do nosso país a se manifestarem, sem medo, buscando esclarecer o povo e favorecer mudanças no atual quadro deplorável de falência moral e econômica pelo qual passamos)
Estendei vossas almas, como mantos
Sobre a cabeça deles… e do peito
Fazei-lhes um degrau, onde com jeito
Possam subir a ver os astros santos…
(Continuando o pensamento anterior, o poeta pede que os intelectuais ajudem o povo a entender as opções que se apresentam para as próximas eleições de 2022: a continuação, com a eleição de um candidato de esquerda, do velho cenário de miséria, desemprego, censura, obscurantismo, desvio de recursos públicos, descumprimento das leis, leniência com o crime, etc. ou a mudança radical disto tudo com a reeleição do atual presidente, candidato liberal progressista e anticomunista)
Levai-os vós à pátria-misteriosa,
Os que perdidos vão com passo incerto!
Sede vós a coluna de deserto!
Mostrai-lhes vós a Via-dolorosa!
(Conclama, ainda, os escritores e intelectuais não contaminados pela ideologia de esquerda, a alertarem o povo para a Via dolorosa por que passa o povo venezuelano e que deverá ser a mesma por que iremos trilhar no futuro, caso assuma um governo de esquerda em nosso país nas próximas eleições de 2022)
Sim! Que é preciso caminhar avante!
Andar! Passar por cima dos soluços!
Como quem numa mina vai de bruços
Olhar apenas uma luz distante!
(Insta os brasileiros a não desanimarem, a persistirem no apoio que têm dado ao presidente Jair Bolsonaro, pois os obstáculos serão vencidos e o bem sobre o mal triunfará)
É PRECISO PASSAR SOBRE RUÍNAS,
COMO QUEM VAI PISANDO UM CHÃO DE FLORES!
OUVIR AS MALDIÇÕES, AIS E CLAMORES,
COMO QUEM OUVE MÚSICAS DIVINAS!
(Neste belo verso, o poeta diz que não devemos renunciar ao nosso destino de potência, que embora tendo sido reduzidos a uma deplorável situação por governos venais e incompetentes, a esperança de um futuro promissor ainda brilha no coração dos brasileiros. Não devemos dar ouvidos a mídia venal, conduzida por àqueles que são contra a ordem e o progresso e que apostam no quanto pior melhor, buscando derrubar o atual presidente Jair Bolsonaro e implantar ideologias avessas ao nosso passado e a nossa índole)
Beber, em taça túrbida, o veneno,
Sem contrair o lábio palpitante!
Atravessar os círculos do Dante,
E trazer desse inferno o olhar sereno!
(Refere-se ao desempenho cotidiano do nosso presidente Jair Bolsonaro, que é obrigado a ouvir críticas diárias feitas por políticos e pela mídia venais, não atendidos em seus pedidos de cargos no governo e de verbas de publicidade)
Ter um manto da casta luz das crenças,
Para cobrir as trevas da miséria!
Ter a vara, o condão da fada aérea,
Que em ouro torne estas areias densas!
(Fala do apoio popular, através das redes sociais e das manifestações de rua, necessário para vencer as adversidades e as oposições ao seu governo partidas da esquerda, ainda aparelhada no estamento do estado)
E, quando, sem temor e sem saudade,
Puderdes, dentre o pó dessa ruína,
Erguei o olhar à cúpula divina,
Havereis de então ver a nova claridade!
(Se refere ao período em que, vencidos os percalços iniciais promovidos pela mídia venal, pelos opositores políticos e pelos inimigos ideológicos instalados nos três poderes da república, o país retomará o crescimento, os empregos retornarão; bem como aumentará a confiança do empresariado e dos investidores estrangeiros em nosso futuro econômico)
Havereis de então ver ao descerrar do escuro,
Bem como o cumprimento de um agouro,
Abrir-se, como grandes portas de ouro,
As imensas auroras do Futuro!
(Menciona o sucesso do seu governo, vencidas as dificuldades iniciais. O país, a partir daí, viverá uma era de ouro com desenvolvimento econômico e social sem paralelo, até então)