Já era tarde, ontem à noite, quando minha filha me ligou, aos prantos, condoída pela triste situação dos pobres sem renda, condenados a não trabalhar pelo isolamento sanitário compulsório, e confinados com suas famílias sempre extensas, amontoados adultos e crianças em habitações exíguas e improvisadas, muitas vezes carentes de água canalizada e tratada e de esgoto sanitário e precariamente penduradas nos morros que cercam a cidade.
levou-me de volta aos dias da infância, às recordações mais antigas que tenho guardadas desde os dois anos de idade, quando morava em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, sede do 8* Regimento de Cavalaria Independente, em que meu Pai servia. Ali morei, de 1938 a 1941, quando nos transferimos para Porto Alegre e, depois para o Rio de Janeiro, de onde nos mudamos para Washington, DC, EUA, de 1942 a maio de 1945, regressando a Uruguaiana depois de breve passagem por Alegrete, RS. Finalmente, sempre acompanhando a vida militar do Chefe da Família, viemos para o Rio de Janeiro em setembro de 1947.
Nos dias felizes da infância, no Rio Grande do Sul, nunca fui apresentado à miséria. Havia as pessoas pobres, que se vestiam simplesmente, moravam em casas modestas, porém dignas, e cujos filhos andavam descalços, “de pé no chão”, como nos pagos se dizia, mas nada além disso. Naqueles tempos, em Uruguaiana, havia uma figura folclórica, o “Sete Trouxas”, a que mais se assemelhava ao estereótipo de mendigo, que andava de um lado para o outro, carregando seus sacos carregados de coisas que ganhava, daí o apelido.
Dando um salto de 21 anos, em 1968, morando na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, vi uma pessoa jogada na rua pela primeira vez. Achei tão inusitada a situação, que pedi o socorro da Prefeitura e da Polícia, para resgatar a infeliz criatura da inaceitável condição em que se encontrava. Hoje, só no Rio e em São Paulo, mais de 20.000 pessoas em cada caso moram, habitualmente, nas ruas, avenidas, praças, parques e jardins, muitas ainda consumidoras de drogas, para agravar a situação, fenômeno que se repete, em menor escala, por todas as cidades do Brasil.
As favelas se originaram do destino incerto, sem trabalho ou renda, sofrido pelos negros após a Abolição, e se expandiram pela intensa migração nordestina, sempre fugindo da seca e facilitada pela intensa e generalizada construção de estradas no período dos governos militares. A demagogia e a perversão ideológica de políticos mal intencionados e sem caráter que se sucederam nos governos estaduais, que impediam a ação vigilante das polícias nos locais, fizeram com que as áreas residenciais de famílias pobres honradas e trabalhadoras passassem a conter quistos malignos, valhacoutos de marginais e bandidos alimentados pelas drogas e ações criminosas de toda a natureza, que se aproveitam da topografia e da tortuosa disposição de ruelas, casas e barracos das favelas para homiziar-se, agravando sobremodo a situação da Segurança Pública.
A verdade é que, durante muito tempo, demasiado tempo, o Estado e a sociedade brasileira conviveram, como se isso fora normal e inevitável, com a miséria que crescia ao lado. Nos governos pervertidos e demagógicas, criaram-se faculdades e universidades de baixa qualidade aos montes, aliado à política de quotas, declaradamente para dar a todos a oportunidade de obter um canudo de doutor. O resultado é o desemprego ou o subemprego de graduados sem a devida qualificação, que disputam colocações de menor exigência de nível de ensino no mercado de trabalho. O correto teria sido a expansão das escolas técnicas, que dariam aos menos privilegiados financeiramente a oportunidade de mais rápida e boa formação, garantidora de bons empregos e boa remuneração num universo cada vez mais necessitado de bons, honestos e competentes profissionais desse nível.
Outro efeito perverso foi a politização do ensino nas boas universidades e escolas de alto nível, comandada por reitores e professores intoxicados da ideologia vermelha, que vêm formando extensa legião de militantes extremados e não técnicos e especialistas eficazes e eficientes para a construção do futuro que almejamos e merecemos, em instalações físicas destruídas, infectas, pela ação deletéria de seus próprios estudantes e mentores.
Nestes momento de recolhimento, temos de adquirir a consciência de que o Brasil não pode continuar como está, dois países de níveis socioeconômicos de diferenças abissais, convivendo lado a lado. Temos de aplicar, Estado, sociedade e pessoas, a parábola dos talentos, quem mais tem e recebeu de Deus, ajudar os semelhantes em tudo o que puder.
Mais uma vez, permito-me sugerir às pessoas com responsabilidade de governo que apliquem a Doutrina da Escola Superior de Guerra, com suas Política e Estratégia Nacionais, visando a Segurança e o Desenvolvimento de todas as Expressões do Poder Nacional, em todos os Setores de Atividades e em todas as Regiões do Brasil.
A pandemia de coronavírus é uma grave ameaça, que cobrará um preço inestimável de vidas, saúde e recursos dos brasileiros, mas passará, com a graça de Deus. TEMOS, CONTUDO, DESDE JÁ, DE PLANEJAR E PROGRAMAR O FUTURO MELHOR, CUJA EXECUÇÃO SÓ DEPENDE DE NÓS!
ENQUANTO ISSO, TODO O MAL E OS MAUS DEVEM SER COMBATIDOS E CONTIDOS E TODO ROUBO COMETIDO DEVE SER PUNIDO E OS RECURSOS SUBTRAÍDOS CRIMINOSAMENTE DEVEM SER DEVOLVIDOS!
É DA MÁXIMA IMPORTÂNCIA APLICAR, LOGO E INTENSAMENTE, AS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS, NO BRASIL E EM ISRAEL, POR EXEMPLO, PARA TRANSFORMAR O NORDESTE EM ÁREA AGRÍCOLA PRODUTIVA, A FIM DE FIXAR OS NORDESTINOS DE HOJE À TERRA NATAL E TRAZER DE VOLTA OS OUTROS, QUE MIGRARAM APENAS EM BUSCA DE VIDA MELHOR, MAS QUE GUARDAM, NO CORAÇÃO, A SAUDADE DO SERTÃO E O DESEJO DE A ELE RETORNAR. E CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE, PAULATINAMENTE, CADA BRASILEIRO TENHA OPORTUNIDADE DE, PELO PRÓPRIO TRABALHO, PROVER O SUSTENTO DA FAMÍLIA, SEM NECESSITAR DA CARIDADE OFICIAL OU DE QUEM QUER QUE SEJA.
UMA SUGESTÃO FINAL: AS SABOTAGENS, DESINFORMAÇÃO E GUERRILHA DE PALAVRAS E AÇÕES PERMANENTES CONTRA O GOVERNO, A PRETEXTO DE TUDO E VISANDO A PARALISÁ-LO, TÊM DE SER FIRMEMENTE ENFRENTADAS E COIBIDAS, E OS EXCESSOS DE BENEFÍCIOS E SALÁRIOS DIRETOS E INDIRETOS HAURIDOS POR LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO DEVERIAM SER REVISTOS E/OU CORTADOS, PARA APLICAÇÃO DOS RECURSOS EM BENEFÍCIO DOS ESFORÇOS, QUE DEVEM SER DE TODOS, PARA RESTAURAÇÃO DA SAÚDE E DA TRANQUILIDADE E DA PAZ SOCIAL NA NAÇÃO!