█ Uma Luta Contínua pelo Poder

Carlos Alberto Pinto Silva.[1]


  1. GENERALIDADES.


A “Tomada do Poder” não é conseguida somente encorajando a população a reconhecer que vive na miséria, que foi abandonada no meio de uma Pandemia e fazê-los protestar quanto a isso.


O “Pensamento Estratégico Revolucionário” analisa e planeja o que deve ser feito para a situação ser alterada e para que se alcance o objetivo desejado: A Desestabilização do Governo e a consequente Tomada do Poder.


A operação política revolucionária é conseguir a paralisação dos meios de defesa e instituições do sistema de governo escolhido, usar o potencial de protesto da população cooptada, o que facilita enormemente a tarefa e a Satanização internacional na mídia, isolamento das lideranças do país, desestabilização financeira e econômica e a pressão externa, bem como um paciente processo de recrutamento de inteligência de longo prazo[2] (Da a sociedade um sentimento de propósito) e a corrupção de figuras locais e instituições para que se intensifique as ações revolucionárias.


2. INGREDIENTES DA RECEITA PARA A “TOMADA DO PODER”


São numerosos e exigem preparação minuciosa.


2.1 REDUÇÃO DO PODER DO GOVERNO

a. Um “Desafio simbólico”, por exemplo, “Ministro do STF suspende decreto de nomeação do Diretor Geral da Polícia Federal”[3]. Entendido pela sociedade como usado para testar e influenciar o posicionamento do governo e da população, e prepará-la para continuar a ação através do desafio político e da não cooperação.


b. Um desafio político é capaz de cortar as fontes necessárias de poder. O governo só pode atuar livremente a partir da cooperação dos demais poderes, respeito e obediência institucional da população e de grupos da sociedade, isto é, enquanto recebe apoio das fontes necessárias de seu Poder


c. Estratégias de resistência seletiva se concentrando , no momento, principalmente sobre questões sociais, econômicas ou políticas específicas, como críticas ao auxílio econômico emergencial, queda do PIB, reformas necessárias ao desenvolvimento da econômico, e a pandemia com as dificuldades do atendimento dos hospitais públicos e falta de vacina, creditando tudo na conta do governo federal, o que, progressivamente, alarga o “espaço de protesto” dos contrários e da oposição partidária e reduz o controle do governo nas atividades de estado e na capacidade de negociar com o legislativo a aprovação de projetos.


d. A estimulação e o aproveitamento do potencial de protesto da população é um importante aspecto para desestabilizar o governo e a consequente Tomada do Poder. Temos visto passeatas em todo o país organizadas por partidos políticos, sindicatos, e organizações sociais ligadas às oposições.


e. Na” estratégia revolucionária” a mídia cooptada desempenha um papel central. Ela se baseia na pretensa neutralidade do monitoramento da situação pelas instituições, e organizações nacionais e internacionais, ao exibir notícias tendenciosas apoiadas por especialistas escolhidos por serem de oposição, com isso participando da mobilização do maior número de pessoas em favor do afastamento do governo (A tomada do Poder).


2.2 MECANISMO DE MUDANÇAS


a. Acomodação, coerção não violenta, e desintegração, cada um destes estágios vêm ocorrendo dependendo do grau em que as relações de poder absoluto e relativo são deslocadas em favor de um dos poderes, ou dos partidos de oposição ao governo, considerando, ainda que os brasileiros assistem, perplexos, uma disputa entre os Poderes Legislativo e Judiciário pela preponderância entre os demais.


b. A não cooperação e o desafio político em massa podem, assim, mudar situações sociais e políticas, especialmente as relações de Poder, em que a capacidade da autoridade de controlar os processos econômicos, e políticos do governo e da sociedade é de fato retirada, o que vem ocorrendo progressivamente, mas, numa velocidade preocupante.


c. Embora o governo permaneça em seu cargo, e se aferre a seus objetivos iniciais, sua capacidade de agir eficientemente lhes foi tirada. Isso é chamado de “coerção não violenta”.


d. Em algumas situações, as condições de produção de “coerção não violenta” são levadas ainda mais longe. A burocracia, atraída pela oposição, recusa-se a obedecer a sua própria governança. Os habituais apoiadores e a população repudiam seu antigo líder político, negando que ele tenha qualquer legitimidade, tudo com apoio de uma imprensa cooptada. Daí, seus antigos adeptos e seguidores tendem a desparecer.


e. Se a “desintegração” do sistema de governo chegar a ser tão completa o regime simplesmente pode se estilhaçar.


2.3 TOMADA DO PODER PELA “FORMA PACÍFICA”.


A liberação de Lula pela justiça, trouxe aos opositores e a mídia cooptada, a possibilidade de pensar na volta do PT ao cargo máximo da república por meio de eleições. A pergunta é se o ato foi o uso das leis como uma arma para alcançar uma finalidade política dos opositores ao governo?


  • CONCLUSÃO.

Vivemos a cultura de uma luta política visando a defesa dos interesses de grupos e não da sociedade brasileira como um todo.


A história ensina que quem mais perde com essa disputa política, inconsequente é a sociedade como um todo.



[1] Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Buda Inf. Sol, Chefe do EM do CMA, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES.

[2] Da a sociedade um sentimento de propósito.

[3] Publicado em 29/04/2020 – 11:02 Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília – Brasília

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