Pinto Silva Carlos Alberto[1]
As pesquisas mostram que a sociedade brasileira confia, plenamente, em suas Forças Armadas, no entanto, muito poucos brasileiros identificam, ou mesmo desconfiam, a existência de um plano para desprestigiar, desmoralizar, e, até mesmo, tentar condenar judicialmente militares, e, por consequência, enfraquecer as Forças Armadas.
Temos vivenciado ultimamente o desencadeamento de forte ofensiva contra o Exército Brasileiro, seja pela exploração inescrupulosa de fatos ocorridos que repercutiram, e ainda repercutem, de maneira contrária aos interesses da Força, seja pela propagação periódica de notícias requentadas.
As Forças Armadas, no pensamento dos seus detratores, constituem um importante “trincheira baluarte” a ser neutralizada e as “ideias-força” e os “temas explorados” contra elas têm presença constante nos meios de comunicação de massa.
Para proteger as Forças Armadas e derrotar seus detratores, é necessário conhecer e entender quais são seus objetivos, que estratégias estão empregando, e o que é mais importante, quais são seus pontos vulneráveis.
O objetivo da esquerda brasileira, na atual conjuntura, é de desmoralizar, para enfraquecer ou destruir as Forças Armadas, portanto, todos os militares são alvos, sejam os que apoiam ao atual quadro político, os que mantenham neutralidade, ou, inclusive, os que participaram dos governos passados.
Os pontos vulneráveis da esquerda (Antigo Poder Dominante) são o mau governo, a corrupção, a falta de ética na política, e a intenção de perpetuação no Poder para a implantação da sua ditadura do proletariado, transformando o Brasil em uma República Socialista Bolivariana.
Por fim considerando o que vem sucedendo há algum tempo, não há a menor dúvida, que a esquerda brasileira, deseja que a Lei da Anistia seja revogada, militares sejam presos e o exército obrigado a pedir desculpas à Nação pelos “crimes” cometidos durante o regime militar[2]. No atual momento político a ideia anda um pouco arrefecida devido governo conservador.
“Revanchismo, intolerância e provocação. Esquece-se que tentar vergar a coluna de instituições sérias e seculares que gozam de ampla confiança de brasileiros é ato revestido de perigosa e desnecessária insensatez.” [3]
Bem vale a todos os militares brasileiros ler a crua advertência de Samuel Huntington, ideólogo da Comissão Trilateral, aos “democratizadores” do mundo. Deve-se “purgar ou aposentar o quanto antes todos os oficiais potencialmente desleais, incluídos tanto os principais partidários do regime autoritário com os reformadores militares que hajam ajudado a criar o regime democrático”. Estes últimos são mais propensos a perder seu amor pela democracia, que o de intervir na política. Disse Huntington em sua obra “La Democratizacion a Fines Del Siglo 20, de 1991”.
É necessário olhar para o futuro. É preciso que civis e militares busquem o entendimento necessário, principalmente quando interesses nacionais estão em jogo. Afinal, assim entendemos, pertencemos a um conjunto único e queremos o melhor para o Brasil.
Como dissemos, o Exército vem sendo alvo de sistemáticos ataques. Para o bem da Nação, a Instituição tem que demonstrar uma posição forte. Vale destacar, para que não paire qualquer dúvida, que aqui nos referimos à necessária firmeza institucional plenamente inserida nos limites constitucionais.
Preservar a imagem da Força, portanto, é fundamental, posto que ela possui valor estratégico imbatível. Nesse sentido, as “Ações Psicológicas”, tanto no âmbito externo como no interno, constituem instrumentos valiosos.
Um Exército que se identifica com a população, que participa desde tempos imemoriais da vida nacional e que se dedica diuturnamente à defesa da Pátria precisa, na percepção da sociedade, ser mais do que importante: precisa ser fundamental à sobrevivência do País.
Somente mantendo a postura firme que a tem caracterizado ao longo de sua história, que se confunde com a história da própria Nação a que serve, a Força robustecerá essa importante “trincheira baluarte” contra estratégias que visam ao seu enfraquecimento como instituição permanente e essencial à sobrevivência da Pátria.
[1] Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Bda Inf Sl, Chefe do EM do CMA, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES
[2] Luiz Inácio, após reunir-se com os Ministros da Justiça e dos Direitos Humanos e com o Advogado-Geral da União, com pose de estadista e em cena previamente ensaiada, proclama que a última palavra caberá ao Supremo Tribunal Federal, onde nomeou sete dos onze ministros que compõem o plenário.
[3] Comissão Interclubes Militares11/Jan/2014. http://www.defesanet.com.br/dita/noticia/17490/CNV—Nota-Clubes-Militares/