█ Futuramente, conheceremos mais e saberemos menos?

A velha frase “Só sei que nada sei!”, atribuída ao filósofo Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), jamais foi tão verdadeira como nos dias atuais e como será, também, no futuro próximo. Esta frase de Sócrates teria sido uma resposta que deu à mensagem do Oráculo de Apolo, em Delfos, que afirmou ser ele o mais sábio homem grego.


Quanto mais a Ciência se desenvolve e com ela a tecnologia, novos produtos são inventados e colocados nos mercados mundiais para atender a uma população em crescimento ávida por novidades. Da mesma forma, novos produtos, restritos, são desenvolvidos para serem utilizados, apenas, pelas elites para as quais foram elaborados e que, por eles, podem pagar. Assim, a cada novo dia nossos cientistas conhecem mais sobre todos os campos da Ciência e nós, o povo, cada vez sabemos menos sobre a verdade que nos cerca.


A empresa Microsoft, segundo notícias da mídia, registrou recentemente a patente de uma nova tecnologia envolvendo robôs, Inteligência Artificial e os chamados ‘chatbots’ (programas de computadores que tentam simular um ser humano na conversação com as pessoas. O objetivo é responder às perguntas, de tal forma que as pessoas tenham a impressão de estar conversando com outra pessoa e não com um programa de computador). Este atual programa da Microsoft abrirá novas portas para que nós, os seres humanos, sejamos iludidos e enganados, por sabermos cada vez menos onde a verdade se esconde.


O mencionado programa irá permitir a construção de um robô fisicamente idêntico a uma pessoa viva ou, até mesmo, já morta, utilizando suas características pessoais (como voz, gestos, tiques nervosos, entonação, memória – no caso de pessoas ainda vivas, e aspectos da vida de pessoas já falecidas, disponíveis em fotos, cartas, fitas e discos magnéticos, filmes, etc.), vestindo-se da mesma maneira e conversando sobre assuntos triviais, históricos, profissionais, etc., sem que o interlocutor perceba que está dialogando com um robô.


A inteligência artificial embutida no robô possibilitará que este aprenda com os diálogos mantidos com seus interlocutores e responda com base nos conhecimentos que lhe foram previamente introduzidos.


Evidentemente esta nova tecnologia trará, no mínimo, consequências de caráter moral, ético, psicológico e judicial.


Por ser idêntico a uma pessoa viva ou morta, o robô poderá substitui-la em diversas oportunidades. Políticos poderão ter seus sósias substituindo-os em solenidades, inaugurações, discursos públicos.


Robôs feitos à imagem e semelhança de qualquer pessoa poderão comprometer as pessoas verdadeiras com atitudes públicas indecorosas, abusivas, violentas, etc.


Um robô poderá cometer um crime de morte, se deixar ver por testemunhas e fugir, comprometendo a pessoa verdadeira que de nada saberia.


Será possível organizar um complô palaciano para assassinar o presidente da república e colocar em seu lugar um robô, que fala e age de forma idêntica a dele.


O escritor Mark Twain (1835 – 1910) em sua obra ‘O Príncipe e o Mendigo’ anteviu algo parecido: Na Inglaterra, no século XVI, pouco antes da morte de Henrique VIII. Tom Canty, um menino muito pobre e cheio de imaginação, consegue entrar no palácio real para ver Edward, o príncipe de Gales. O príncipe leva-o para seu quarto e lá eles descobrem como são parecidos. Trocam de roupas e percebem que não há diferença entre os dois. Edward sai do palácio como Tom e não consegue mais entrar, porque ninguém o reconhece com as roupas de mendigo. No palácio Tom é confundido com Edward e todos pensam que o príncipe de Gales está ficando louco, porque havia esquecido tudo e nem reconhecia seu pai, Henrique VIII.


Com a atual tecnologia isto não ocorreria, pois o robô se lembraria de tudo e, ademais, poderia receber instruções externas vindas de seus criadores.


A perfeição já atingida na robótica é de tal ordem que casais de robôs, com corpos e feições humanas já executam danças, já praticam patinação no gelo e fazem outros esportes com perfeição. O progresso, nestas áreas mencionadas, tem caminhado exponencialmente.


Já li em algum lugar, dito por um cientista, que daqui a mais trinta ou quarenta anos os casamentos serão quase todos realizados entre pessoas e robôs. Chama-se Robofilia a prática de sexo com robôs. 


Os robôs hoje disponíveis, já contam com tecnologia que faz com que se assemelhem muito aos humanos: pele, cabelos, cheiro e aparência geral de quase humanos, podendo ser customizados ao gosto do comprador (tamanho corporal, cor da pele, dos olhos, dos cabelos, etc.).


 Os robôs atuais já apresentam sensações, movimentos e falam palavras e diálogos pré-programados. Prevê-se em futuro próximo e notadamente com a implantação do projeto da Microsoft, que todas as atuais limitações serão sanadas e eles serão praticamente idênticos aos seres humanos, só que com performances melhoradas.


As leis terão que ser aperfeiçoadas, pois inúmeras situações, ainda nem imaginadas, poderão vir a ocorrer futuramente.


Todavia, o aspecto principal desta nova tecnologia, segundo penso, será o de poder mascarar a verdade, fazendo com que não saibamos distinguir o falso do verdadeiro. Isto já ocorre com as noticias divulgadas pela mídia. Grande parte do que é veiculado por esta trata-se das chamadas ‘Fake News’ ou mentiras. Criaram-se empresas para separar o joio do trigo, mas, algumas destas, por ideologia ou por dinheiro, apresentam o trigo como sendo joio e este como sendo trigo, criando ainda mais confusão.


Viveremos no futuro em um mundo de mentiras conhecido como Matrix, o mundo que acreditaremos ser real para que não percebamos a verdade?


Neste caso, poderíamos viver eternamente presos a um Sistema de Organização Política, Social e Econômica que, constantemente alimentado por mentiras, nos sujeitariam a um modo particular de ver, de entender e de viver, diariamente, as relações sociais em que estamos inseridos.


Viveríamos desta forma em um sistema de servidão da qual, por dela não nos darmos conta, jamais pensaríamos em nos libertar?


São questões a serem respondidas pelas novas gerações. Se forem suficientemente corajosas, menos crédulas, mais desconfiadas e mais exigentes, poderão se libertar de elites maléficas e egoístas, que desejam implantar uma Nova Ordem Mundial na qual apenas eles sairão ganhando e os demais perdendo. Caso contrário, as gerações vindouras selarão para sempre seus destinos de escravos em uma servidão consentida.


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