█ Está difícil se destacar pelas virtudes? Então se destaque pelos vícios!

Eu imagino que uma questão tão atual quanto esta, nos dias que correm, tenha passado pela mente do filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), quando estabeleceu o conceito de transvaloração de valores. Segundo o filósofo esta transvaloração seria um episódio a mais na busca pelo poder e consistiria em valorizar, através dos formadores de opinião da época, eventuais comportamentos viciosos adotados por uma determinada classe de pessoas, com o intuito de fazê-los vir a substituir, no passo seguinte, os comportamentos nobres e virtuosos tradicionalmente adotados por outra classe.


Nas palavras do filósofo, “ao longo de milhares de anos de amadurecimento, as classes mais fracas da sociedade acabaram por fazer prevalecer um novo conceito de moral que as beneficiaria, na medida em que tal conceito, estabelecendo como virtudes a serem perseguidas pelo ser humano, características que não privilegiariam as classes mais fortes – que, como tais, seriam aquelas que deveriam impor sua moral às classes mais fracas – acabou por sujeitar os indivíduos das classes dominantes (teoricamente mais fortes, mais inteligentes e mais aptos), através de conceitos de ordem espiritual, firmemente estabelecidos, ao domínio dos mais fracos, cujos valores passaram a sobrepor-se aos daqueles”.


A esquerda mundial, recentemente, fez uso deste conceito de transvaloração de valores, ao estabelecer o denominado Comportamento Politicamente Correto. Passou-se, a partir de então, a tratar o mal como bem, o mau como bom e o vício como virtude, objetivando substituir conceitos morais estabelecidos pela religião, por outros conceitos morais estabelecidos pela ideologia política de esquerda.


A mídia mundial, de tendência esquerdista e a serviço de uma elite, fazendo uso de seus meios de comunicação de massas, nas últimas décadas passou a divulgar e a enfatizar determinados comportamentos, referentes a diversas atividades e aspectos da vida social, como sendo os mais modernos, adequados e corretos, devendo ser adotados por todos os cidadãos de todos os países.


Muitos filmes, vídeos, novelas, peças teatrais, revistas, jornais e livros, produzidos desde então, deram, pois, início a uma campanha mundial de conscientização enaltecendo a união de pessoas do mesmo sexo; o uso de drogas; a adoção do materialismo; a pregação da ideologia marxista nas escolas; o estabelecimento do ódio e da perseguição religiosa; a extinção da família tradicional; a prática livre do aborto; a rebeldia entre os jovens; a perda do patriotismo; a efeminação dos homens; a ação dos criminosos pertencentes às gangues e facções das periferias urbanas, vistos sempre como vítimas de uma sociedade perversa que os discriminava e perseguia; bem como, a crítica contumaz às ações policiais no combate ao crime, seja ele oriundo de criminosos comuns, seja ele partido de criminosos de colarinho branco, notadamente políticos, empresários e funcionários governamentais.


Aos poucos, as populações mundiais foram se acostumando a ver, a ler e a ouvir a mesma mensagem de valorização de determinados procedimentos, mensagem está comumente destacada pelos meios de comunicação mundiais envolvidos nesta ‘operação planejada de transvaloração de valores’.


Esta mensagem a que me refiro caiu como luva em determinadas classe de pessoas: para os adolescentes ricos, para os artistas de destaque milionários e para os intelectuais acadêmicos bem remunerados; como também, paradoxalmente, para os jovens estudantes desempregados, para os artistas sem destaque profissional e para os intelectuais e mestres medíocres e mal remunerados.


A explicação para o primeiro caso é dada por Nicholas Crovitz em seu texto “É fácil entender por que os jovens dos países mais ricos tendem a defender mais socialismo”, encontrado no link:


https://www.mises.org.br/article/3149/e-facil-entender-por-que-os-jovens-dos-paises-mais-ricos-tendem-a-defender-mais-socialismo

Afirma Nicolas em suas conclusões:

“Aquelas pessoas, normalmente adolescentes ricos, artistas e intelectuais acadêmicos, que professam ideias socialistas aparentemente não se lembram de como realmente era o mundo quando o socialismo era realmente aplicado. É fácil defender ideias socialistas quando se vive em um mundo opulento em que a comida é farta e barata. É fácil defender o regime venezuelano morando-se em um país rico”.


“O fato é que, onde quer que tenha sido tentado, desde a União Soviética em 1917 até a Venezuela atual, o socialismo foi um desastre, não importam quais eram as intenções originais. Socialistas sempre prometeram uma utopia marcada por igualdade e abundância. Em vez disso, sempre entregaram tirania e inanição. Seus propagandistas devem ser sempre e incansavelmente cobrados por isso”.


“Como disse Thomas Sowell, o histórico de desastres do socialismo é tão óbvio, que somente intelectuais poderiam ignorá-lo“.


A explicação para o segundo caso, por sua vez, pode ser encontrada no texto de Diego Reis “Por que a juventude ama o socialismo?”, encontrado no link  https://www.institutoliberal.org.br/blog/por-que-os-jovens-amam-o-socialismo/


Diego menciona em seu texto:


“Quando a adolescência se estabelece como uma fase de insatisfações e conflitos, a busca por culpados parece aliviar o drama e o estresse em muitos indivíduos. Nada mais imediato do que culpar os pais e sua vida “careta” como sendo os principais responsáveis por todos os problemas. Além disso, se desenvolve um pensamento que culpa o Sistema, como um todo, pelos problemas de toda a humanidade: – ninguém me entende e é tudo muito injusto – são pensamentos normais que ocorrem aos jovens”.


“Se o jovem possui uma sensibilidade pelos dramas humanos e um desejo de mudar o mundo, a aproximação aos grupos esquerdistas é um caminho possível”.


“A grande incoerência no amor dos jovens pelo socialismo é o fato de que, para muitos, o interesse pelas ideias coletivistas é motivada por um desejo de liberdade. Se, de imediato, fosse dito que socialismo é sinônimo de intervenção estatal e que um governo interventor limita ou elimina a liberdade, muitos adolescentes pensariam duas vezes antes de usar uma camiseta do PC do B, PT ou Che Guevara”.


“Os discursos romantizados e apaixonados da esquerda parecem combinar perfeitamente com o idealismo comum na adolescência”.

“Ao entender que a relação amorosa com o socialismo está fadada ao fracasso, o jovem irá perceber que o empreendedor é o verdadeiro revolucionário”.


Em minha modesta opinião, embora a grande maioria dos seres humanos, de maneira racional e teórica, reconheça que devamos ser todos iguais perante a lei e que devamos ter iguais oportunidades, na prática as coisas seguem por caminhos diferentes.


A simples comparação, física e intelectual, entre os seres humanos evidencia a diferença existente entre eles (não me imaginem racista em razão desta constatação, pois não sou!).


Os mais inteligentes, mais fortes, mais belos e os mais aptos para determinadas funções, percebem, naturalmente, que são melhores que os demais – em conformidade com os valores e os padrões predominantes do gênero humano – mediante a simples comparação entre eles e os seus congêneres.


Esta percepção os torna orgulhosos de seus méritos, ao mesmo tempo em que faz nascer nos demais, que não possuem tais atributos naquela mesma proporção, sentimentos de inveja e de repulsa com relação aos primeiros.


Em que pese as religiões pregarem que somos todos irmãos e filhos de um mesmo Criador, o simples raciocínio nos conduz a imaginar que se fosse desejo do próprio Criador – aquele que tudo pode – este, certamente, ter-nos-ia feito, a todos, com características físicas e intelectuais idênticas, igualmente belos e com as mesmas aptidões.


Penso que o nosso Criador teria sido muito mais coerente com a RAZÃO PRATICA, definida pelo filósofo Immanuel Kant (1724 – 1804), se tivesse feito com que nascêssemos iguais em nossa criação (isto é, fôssemos todos idênticos, física e intelectualmente) e que, a partir daí, aproveitássemos as oportunidades desiguais que a vida nos oferece em qualquer lugar do planeta para construirmos o nosso futuro; ao invés de imaginarmos, conforme a RAZÃO PURA, também definida por Kant, que, tendo todos nascidos desiguais por desejo do Criador, devamos ter, forçosamente, oportunidades iguais e sermos mantidos todos sob uma mesma ideologia, de amplitude universal, como preconizam os marxistas ao desejarem expandir o comunismo para todos os países do nosso planeta.


A ideologia marxista tenta demonstrar que o coletivismo é mais importante que o individualismo e que os seres humanos nos países capitalistas padecem, social, econômica e financeiramente, em decorrência de fatores externos (como, por exemplo, a exploração dos patrões, donos dos meios de produção) e não devido às suas intrínsecas características pessoais (como, por exemplo, a falta de ambição, a inaptidão para trabalhar, a preguiça, o reduzido nível intelectual motivado por razões várias, etc.). Para os marxistas, naqueles países onde vigora o capitalismo, todo pobre é um injustiçado e todo rico é um ladrão.


Eles se esquecem de mencionar que nos países comunistas, onde o marxismo é adotado como a ideologia do governo, as populações, em geral, recebem salários mais baixos que nos países capitalistas, possuem menos liberdade de ir e vir, mais censura nas comunicações e na livre expressão do pensamento, mais burocracia, além de contarem com, apenas, um único partido político ao qual pertencem todos os eventuais candidatos, participantes de um simulacro periódico de eleições. Uma casta de burocratas, que detém vitaliciamente poder e riqueza, é quem substitui nos países comunistas os mal falados patrões burgueses dos países capitalistas.


Voltando ao título do presente texto, imagino que muitos daqueles jovens que nos países capitalistas não conseguem se destacar por suas virtudes e acham injusto alguém ser melhor do que eles, seja na beleza, na força, na inteligência, na sabedoria e na riqueza, escolhem destacar-se pelos vícios. Ao menos, dessa forma, pensam eles, poderão ser notados.


 Aproveitando-se dessa necessidade psicológica de aceitação dos jovens e de se fazerem notados pelos demais, se não pelas virtudes ao menos pelos vícios, os ideólogos marxistas (como os ideólogos e pensadores de qualquer outra ideologia totalitária) buscam seus ativistas ideológicos e militantes políticos entre jovens frustrados e viciosamente propensos.


Em muitos países, como, por exemplo, na Colômbia, na Venezuela e no próprio Brasil, as esquerdas costumam também se aliar a facções criminosas no intuito de angariar recursos financeiros com o tráfico de narcóticos e o contrabando, além de contar com um braço armado, quando a hora fatal chegar, para auxiliar na tomada do poder e na implantação do comunismo.


Estes os verdadeiros motivos para as atitudes, que hoje observamos em nosso país, incentivadoras dos vícios, da criação de novas leis permissivas ou benevolentes com relação aos atos ilícitos, votadas pelos parlamentos de esquerda antes da implantação definitiva do comunismo. Primeiro é preciso destruir a ordem e os costumes vigentes no capitalismo para, em seguida, implantar a ordem e os costumes comunistas.


Por isto, os marxistas necessitam tanto da transvaloração de valores, na qual a moral é subvertida, a religião é combatida, o crime incentivado, a polícia reprimida e a família desagregada,a mediante a liberalização e o incentivo das práticas homossexuais e do aborto.


Estas técnicas foram profundamente estudadas pelo ideólogo marxista italiano Antônio Gramsci, que propunha a implantação do comunismo pela via pacífica, transformando as mentes dos indivíduos e as instituições do Estado, de modo a que estas assimilassem e adotassem conceitos e práticas marxistas, antes mesmo do golpe final da tomada do poder para a implantação do regime comunista no país.


Na atualidade, tais conceitos e práticas foram e estão sendo aplicadas no nosso e em outros países do continente, com o objetivo de facilitar a tomada do poder pelo comunismo. Os jovens são peças de fundamental importância neste jogo de Xadrez, razão pela qual se torna dificílimo o atual presidente nomear um ministro para o Ministério da Educação e reitores para as Universidades Públicas, todos aparelhados durante os anteriores governos de esquerda. A educação dos jovens, feita por ativistas ideológicos (e não por mestres) é fundamental para a implantação do comunismo no Brasil e a esquerda sabe disto. Estes ativistas e aqueles que os seguem devem pensar consigo mesmo: – “Está difícil se destacar pelas virtudes? Então se destaque pelos vícios”!


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