Segundo afirmava o filósofo, jurista, político e escritor Michel de Montaigne (1533 – 1592), o que importa em qualquer texto é o seu grau de utilidade e a sua pertinência com relação à vida. Segundo ele “os catedráticos não conhecem outro valor que não seja a cultura e a erudição. Para eles não conhecer o que pensava Aristóteles é o mesmo que não conhecer a si mesmo”!
Para o filósofo, o único conhecimento digno de valor é aquele que se adquire por si mesmo. Digo isto como introdução por que nos tempos atuais, em que somos manipulados como manadas, centenas ou milhares de organizações governamentais e não governamentais envolvidas com os temas mais diversos; instituições públicas e privadas dedicadas a pesquisas de opiniões e marketing político; jornais; redes de TV abertas e fechadas; religiões e filósofos contemporâneos (para ficar, apenas, por aqui), tentam incutir-nos seus pontos de vista, suas ideologias e suas mentiras, da mesma maneira com que procuram nos esconder a verdade, nos deixar desinformados da realidade e nos embaralhar a conjuntura, de modo a que seja impossível a qualquer um formar uma opinião e ter convicção plena sobre o que quer que seja.
Os jornalistas atuais, ao contrário daqueles de antigamente, possuem o papel não de dar a notícia, de relatar o fato para que o leitor, ouvinte ou espectador formasse a sua opinião; mas, de dar sua opinião sobre a notícia e sobre o fato, já pronta, de modo a que o leitor, ouvinte ou espectador nela acredite e a tenha como verdadeira.
O aparelhamento da imprensa e da mídia de um modo geral, construído ao longo das Três últimas décadas de governos de esquerda, produziu uma geração de redatores de manchetes (denominados mancheteiros) e de comentaristas de notícias (denominados explicadores), bastante especializados naquilo que fazem. Estas especialidades a que me refiro, que podem ser praticadas pela mesma pessoa ou por pessoas distintas, constituem algo bastante estudado cientificamente e que faria inveja ao ministro do Reichsministerium für Volksaufklärung und Propaganda – RMVP, Paul Joseph Goebbels, que ocupou este cargo de ministro da propaganda na Alemanha Nazista, de 1933 a 1945.
As especialidades referidas tratam das técnicas de construir manchetes inverídicas a partir de notícias verdadeiras, visando à paralisia e à desestabilização estratégica do governo que querem derrubar; bem como de comentá-las, a seguir, fazendo com que pareçam representar algo verdadeiro, coerente e verossímil. Não se trata, simplesmente, da criação de ‘Fake News’ (ou da veiculação de mentiras), pois os fatos realmente ocorreram; só que eles ocorreram de maneira distinta daquela que é mencionada ou sugerida pelos mancheteiros e comentada pelos explicadores.
É o que ocorre, na atualidade, com a maior parte das notícias divulgadas pela mídia sobre o governo do presidente Bolsonaro.
Praticamente, todas as notícias propaladas por esta mídia a que me refiro são eivadas de duplos sentidos; de críticas sutis; de deturpações de textos, frases e pronunciamentos do presidente, de seus familiares, de seus assessores mais próximos, de seus ministros e de seus aliados políticos.
A coisa é de tal ordem, que, na impossibilidade de tudo aquilo ser contestado de imediato pelo presidente ou por algum seu porta-voz, muito do que é divulgado, sem ter sido desmentido por ninguém, acaba passando por verdade.
Esta falsa crença ocorre com o público em geral, mas, também, com os próprios personagens alvos desta trama, que, ao serem bombardeados diariamente com este tipo de conspiração panfletária, passam, depois de algum tempo, a desconfiar das declarações dos demais companheiros de partido ou de governo, espalhando-se, assim, a cizânia e o mal-estar entre a equipe governamental.
A capacidade de certos redatores para iludirem seus leitores é tamanha que, mesmo fazendo uso destes artifícios melífluos, costumam, ainda, passar por aliados do presidente e da sua equipe.
Consistem em verdadeiros agentes secretos, infiltrados por conta de suas ideologias, que, na maioria das vezes, em razão de seus mimetismos político-ideológicos, jamais são descobertos. Ademais, alguns deles, como agentes duplos, trabalham para qualquer patrão apenas por dinheiro (ou contra a falta dele, quando as torneiras do Palácio do Planalto são fechadas, como no atual governo de Bolsonaro que cortou grande parte das verbas de publicidade), já tendo servido a diversos governos e partidos políticos.
Em muitas situações, para que o leitor perceba que a matéria é falaciosa e não corresponde à verdade dos fatos, é necessário um nível elevado de conhecimento sobre a conjuntura política, econômica, militar e psicossocial, nível este não possuído por grande parte dos leitores. Muitos ficam apenas nas manchetes, não lendo todo o conteúdo dos textos divulgados; conteúdos estes que, muitas vezes, nada têm a ver com as manchetes.
Trata-se, portanto, de uma maneira inteligente e sagaz de iludir o leitor e criar uma ideia errônea sobre acontecimentos e sobre pessoas do governo, suas declarações e suas intenções, visando desconstruir a imagem do presidente e do seu grupo de colaboradores, apresentando-os de forma negativa. Só aqueles mais esclarecidos e que acompanham a conjuntura diária, conseguem perceber as armadilhas montadas pelos mancheteiros e comentadas pelos explicadores.
Para impedir e rebater a ação nefasta destas pessoas seria necessário uma grande assessoria, quase um ministério da contrapropaganda; cuja função seria a de alertar os leitores para a verdade dos fatos, rebatendo as mentiras, insinuações, as meias verdades, as críticas malévolas e improcedentes. Ao mesmo tempo, um departamento jurídico buscaria a reparação de ofensas, injúrias e difamações feitas ao presidente, à sua família e aos colaboradores do governo, através das vias judiciais cíveis e criminais.
Estas ações mencionadas (de desestabilização do presidente e de seu governo) estão, evidentemente, inseridas no conceito moderno de guerra hibrida e informacional, travada no campo de batalha mundial por interesses nacionais e supranacionais.
Os chefes dos três poderes da república, por sua vez, ao invés de formarem um conjunto unido de cidadãos a trabalhar em sintonia pelo bem do país e de suas instituições, competem entre si pelo poder, por interesses particulares e pelos objetivos dos grupos econômicos e políticos que representam; quase sempre conflitantes entre eles.
O novo governo, em que pese o pouco tempo de existência que possui não tem reagido com a presteza, esperteza e malícia que se fazem necessárias neste tipo de combate. Notam-se ações conflitantes e iniciativas impensadas e desgastantes por parte de algumas autoridades, que vivem voltando atrás sobre aquilo que declararam e sobre os atos de ofício que praticaram. Muitos integrantes do novo governo parecem também deslumbrados com suas funções e com seu aparente poder momentâneo, fazendo questão de se exibirem como artistas sob as luzes da ribalta.
As diversas correntes dentro do próprio governo, que inicialmente parecia coeso em torno de um objetivo comum que representava o interesse nacional, já se mostram sem os véus e as máscaras que as encobriam deixando antever diversos interesses particulares e grupais já apresentando suas faces disformes, como gárgulas pendurados no alto do edifício do poder.
Não pretendo dar lições para pessoas com muitos anos de vida pública, que já deveriam ter aprendido como caminhar no terreno pantanoso da política. Penso, no entanto, que estarei colaborando com o governo no qual votei e que apoio, oferecendo alguns conselhos que, acredito, deveriam ser seguidos; pois estou certo de que caldo de galinha e bons conselhos não podem fazer mal a ninguém.
As entrevistas coletivas de imprensa deveriam ser preparadas com bastante cuidado, de modo a evitar as famosas ‘pegadinhas’ (muito ao gosto de jornalistas mal intencionados), que consistem em engendrar perguntas para fazer com que o entrevistado caia no ridículo, se confunda e passe por despreparado ou ignorante.
O presidente e seus auxiliares deveriam falar apenas o necessário para prestar contas dos seus atos, não devendo se deixar levar pela emoção do momento falando mais do que devia ou entrar em discussão com seus interlocutores, ocasião em que pode perder a cabeça falando coisas das quais irá se arrepender no momento seguinte e, sem dúvida, poderá ainda oferecer argumentos críticos para aqueles que lhe são contrários explorarem com toda a voracidade.
Devem, também, se conscientizar de que estão sendo diuturnamente observados por equipes de repórteres e de cinegrafistas, financiadas por seus opositores, desejosas de fotografá-los e filmá-los em alguma cena constrangedora, inusitada, bizarra, ilegal, imoral ou antiética. Estas situações, se ocorrerem, poderão fazer até com que respondam processos cíveis, criminais ou que sejam submetidos a conselhos de ética e venham a perder seus cargos, dependendo da forma como estes episódios serão explorados pela ‘mídia inimiga’.
Embora todo presidente goste de aparecer em público e fazer pronunciamentos políticos, muitas vezes falando de improviso, não é conveniente que adote esse costume quando não domina a técnica da oratória, quando não tem boas notícias a comunicar e quando não está em um território amigo; isto é, quando o público que o ouve não se trata de seus amigos eleitores, mas, sim, de seus hostis opositores. Nenhum opositor se deixará convencer por palavras, mas, apenas, por atos. Portanto, evite falar para uma plateia hostil.
Todo presidente deve estar consciente de que, após ter conquistado seus eleitores, necessitará mantê-los e só conseguirá isto se atendo o mais possível àquela mesma plataforma que o elegeu. Deixar seus eleitores descontentes por não ter cumprido promessas de campanha, só fará com que aumente a oposição da qual já desfrutava.
Ninguém está isento de gostar de ser adulado, admirado, respeitado, reverenciado e temido. Este é o principal vício a ser combatido por alguém na posição de um presidente com enorme poder, inúmeras vezes maior do que o da maioria dos cidadãos comuns. Dizem que um antigo imperador chinês gostava de ir ao campo, periodicamente, para lavrar a terra junto com os camponeses, de modo a lembrar-se que, embora sendo imperador, era, todavia, um cidadão comum, como qualquer outro, feito da mesma argamassa.
Alexandre Magno, rei da Macedônia, pouco antes de falecer envenenado, fez questão de determinar que o seu caixão fosse conduzido por quatro médicos, para mostrar que eles, embora poderosos, não puderam evitar a sua morte com todo o conhecimento que detinham de Medicina. Seus generais iriam à frente do cortejo jogando pedras preciosas pelo chão, para demonstrar que toda a sua riqueza, fruto de incontáveis conquistas militares, de nada serviu para impedir a sua morte e fez questão, ainda, de ser enterrado nu para mostrar que estava deixando a vida sem nada levar consigo.
Quisera que todos os presidentes, autoridades públicas, políticos, magistrados, etc., tivessem esta mesma concepção metafísica que alimentou Alexandre em seus momentos finais. Ser um servidor público, muito mais que uma vocação, deveria ser uma missão e não uma maneira de enriquecer e de ser poderoso, como muitos pensam e almejam. Pensando desta forma, o poderoso do momento se resguarda dos aduladores, pois sabe que não é nada daquilo (tão importante, valioso e meritório) que querem imputar a ele, como forma de bajulá-lo em troca de favores, cargos e benesses.
No caos em que vivemos atualmente, com o país quase quebrado após duas décadas de má administração e de desvio de recursos públicos por verdadeiras quadrilhas travestidas de autoridades, com as despesas astronômicas com a pandemia que nos assola e com a quarentena imposta às pessoas, proibindo sua circulação e obrigando o fechamento do comercio e das indústrias, a grande maioria dos opositores do atual presidente que ainda comandam os destinos da nação e a maioria daqueles que foram alijados do poder pelo voto popular, continuam, ainda, pensando apenas em destruir a Economia e provocar o caos para alcançar, novamente, o poder para si mesmo, para satisfazer seus interesses particulares e os de seus grupos político-partidários.
Poucos pensam no futuro do nosso povo e se preocupam com o destino do país, estando dispostos, até mesmo, a dar as suas vidas para que tenhamos um encontro marcado com o nosso desejo de sermos uma potência mundial. Sabemos que a liberdade é algo valioso e que custa caro, porém parece que em nosso país poucas pessoas estão dispostas a pagar o seu preço, mesmo aqueles que no passado juraram defende-la. Jair Bolsonaro, ao contrário de muitos políticos que se acovardam quando pressionados, possui um passado guerreiro que o impele para a luta, pois já foi oficial do Exército Brasileiro e paraquedista militar. Como tal, conhece a famosa oração, segundo dizem, encontrada no bolso da farda de um paraquedista francês morto no deserto da Líbia, no Norte da África, durante a Segunda Guerra Mundial, que dizia:
Dai-me, Senhor meu Deus, o que vos resta;
Aquilo que ninguém vos pede.
Não vos peço o repouso nem a tranquilidade,
Nem da alma nem do corpo.
Não vos peço a riqueza nem o êxito nem a saúde
Tantos vos pedem isso, meu Deus,
Que já não vos deve sobrar para dar.
Dai-me, Senhor, o que vos resta,
Dai-me aquilo que todos recusam.
Quero a insegurança e a inquietação
Quero a luta e a tormenta.
Dai-me isso, meu Deus, definitivamente;
Dai-me a certeza de que essa será a minha parte para sempre,
Porque nem sempre terei a coragem de a pedir.
Dai-me, Senhor, o que vos resta,
Dai-me aquilo que os outros não querem;
Mas dai-me, também, a coragem, a força e a fé.
Presidir uma nação praticamente destruída como foi a nossa, ao longo das últimas décadas de governos de esquerda, cuja metade do orçamento destina-se ao pagamento de juros e amortização da dívida, vinte por cento são destinados às pensões e aposentadorias de inativos, restando, apenas, trinta por cento do orçamento da união para o custeio da máquina pública e a realização de todos os investimentos de que necessitamos, é, sem dúvida receber das mãos de Deus a última coisa que lhe resta, aquilo que nenhum governante SÉRIO e BEM INTENCIONADO desejaria; como bem dizia a oração.
Historicamente, segundo a religião, esta tarefa de redimir um povo e a sua sociedade, estabelecendo uma nova ordem social de paz, de justiça e de liberdade, caberia a um messias. Coincidentemente, o atual presidente do Brasil se chama Jair Messias Bolsonaro. Quem sabe não teria, finalmente, chegado nossa hora e vez?